A publicação verificou que as importações brasileiras vindas dos EUA também caíram no terceiro trimestre, e apresentaram uma redução de 41,6% em relação ao mesmo período no ano passado. Entre janeiro e setembro de 2020, a queda foi de 18,8%.
Os dados sobre exportações também ficaram abaixo da média. No acumulado do ano, as exportações brasileiras para os EUA caíram 31,5%, registrando o total de US$ 15,2 bilhões. Este é o menor valor para o indicador desde 2010.
A contração nas exportações, segundo a Amcham Brasil, resultou também na menor corrente bilateral entre Brasil e EUA nos últimos 11 anos. O valor da balança entre os países, até setembro de 2020, foi de US$ 33,4 bilhões. Em relação a 2019, isso representa uma contração de 25,1%.
A consultoria avalia que o resultado pode ser explicado por uma combinação de fatores. A saber, a crise econômica causada pela pandemia de COVID-19, a queda do preço internacional do petróleo, e restrições ao comércio bilateral em alguns setores, como o siderúrgico.
Neste sentido, vale lembrar que, no início de outubro, o presidente Donald Trump anunciou novas tarifas sobre o alumínio do Brasil e de outros 17 países. Na época, ele acusou o governo brasileiro de prática de dumping.
Por fim, a análise da consultoria destaca que o saldo negativo na balança comercial entre Brasil e EUA ficou em US$ 3,1 bilhões desfavorável ao governo brasileiro. A tendência é que o país sulamericano registre o maior déficit no comércio com os EUA nos últimos cinco anos ou seis anos.
Brasil, EUA e China
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial brasileiro, com fatia de 9,7% das exportações e 12,3% da corrente de comércio brasileiras. Em primeiro lugar está a China, que detém 34,1% das exportações e 28,8% da corrente de comércio.
A China tem sido a principal fonte de contribuição para o superávit da balança comercial do Brasil, com importações de US$ 4,5 bilhões em julho e de US$ 21,9 bilhões no acumulado do ano até julho de 2020, segundo o Boletim de Comércio Exterior (Icomex) do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).