Um dia antes, porém, em transmissão ao vivo promovida pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), o ministro defendeu a criação do tributo, argumentando que os bancos cobram taxas parecidas. Segundo a equipe econômica, o imposto é necessário para desonerar a folha de pagamento das empresas, o que poderia ajudar na recuperação econômica do país.
Em entrevista para a CNN Brasil, Guedes afirmou, mais uma vez, que "não existe aumento de imposto". Segundo a equipe econômica, o que haveria seria um remanejamento dos tributos. No entanto, o ministro admitiu que "talvez" desista do projeto.
"Não existe aumento de imposto. A mídia, por exemplo, quer desonerar a folha [de pagamento], não quer? Esse imposto só entraria se fosse para desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista", afirmou.
Imposto não financiara Renda Cidadã
Além disso, Guedes garantiu que o possível tributo não seria usado para financiar o Renda Cidadã, programa de transferência de renda do governo criado para substituir o Bolsa Família.
Em função da crise do coronavírus, o governo desonerou a folha de pagamento de 17 setores, com objetivo de beneficiar 6.000.000 de trabalhadores. A medida vale até o final do ano. Sua ampliação, no entanto, já foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A equipe econômica condiciona a possibilidade de estender a desoneração à criação de um imposto sobre transações financeiras, embora a medida gere críticas de diversos segmentos da sociedade. Com a desoneração, empresas podem substituir a contribuição previdenciária de 20% sobre os salários por uma alíquota menor sobre a receita bruta.
A Contribuição Provisória de Movimentação Financeira (CPMF) foi cobrada de 1997 a 2007, ano em que foi lançada campanha contra o imposto e o tributo foi derrubado pelo Congresso.