O mandatário afirmou que a Armênia "suspendeu" o reconhecimento da independência de Nagorno-Karabakh para "não complicar" as negociações para a resolução do conflito.
"Se não houver luz no fim do túnel, se ficar evidente que o Azerbaijão, apoiado pela Turquia, rechaça completamente o diálogo, então, está claro que a Armênia reconhecerá a independência de Nagorno-Karabakh", disse Sarkisyan em entrevista ao jornal russo Kommersant.
Desde a meia-noite local deste domingo (18), 17h de sábado (17) em Brasília, entrou em vigor uma nova trégua humanitária em Nagorno-Karabakh, a segunda desde que as hostilidades voltaram a escalar na região no dia 27 de setembro. Assim como no primeiro cessar-fogo, que começou a valer no dia 10 de outubro, as partes em conflito se acusaram mutuamente de violar o armistício.
A Armênia afirma que o inimigo lançou uma ofensiva no setor sul neste domingo (18), perto da fronteira com o Irã. O Azerbaijão, por sua vez, denunciou ataques armênios nas regiões de Agdara, Fuzuli, Hadrut e Jabrail.
Além disso, várias explosões foram ouvidas ao longo deste domingo (18) na região de Stepanakert, capital da república não reconhecida de Nagorno-Karabakh, cujos militares afirmam ter derrubado uma dezena de drones azeris.
A escalada do conflito em Nagorno-Karabakh
No dia 27 de setembro, os confrontos armados voltaram a escalar em Nagorno-Karabakh, epicentro do conflito entre Armênia e Azerbaijão desde que o território, de população majoritariamente armênia, decidiu se separar em 1988 da antiga República Socialista Soviética do Azerbaijão.
As hostilidades, as maiores desde a guerra de 1992-1994, provocaram centenas de baixas militares e dezenas de vítimas civis.
O Azerbaijão, que perdeu o controle de Nagorno-Karabakh e outros sete distritos adjacentes após a guerra ocorrida há quase três décadas, insiste em recuperar sua integridade territorial, enquanto a Armênia defende os interesses da república autoproclamada de Nagorno-Karabakh.