Pescadores estavam trabalhando nas margens do Rio Paraná, próximo à cidade de San Pedro, a 164 quilômetros de Buenos Aires, quando recolheram mais do que peixes com a rede de pesca. Junto, também apareceu um antigo mastro que poderia ser de uma velha embarcação.
O mastro, de aproximadamente cinco metros de comprimento e 23 centímetros de diâmetro, era parte de uma antiga embarcação argentina chamada Blanca Rosita.
Durante a noite de 24 de outubro de 1926, a embarcação se chocou contra um navio a vapor belga, chamado Patagonier, que se aproximava da área através da cidade de Rosário, a 141 quilômetros de San Pedro.
A colisão provocou falhas no motor do navio argentino, e em poucos minutos acabou desaparecendo nas águas. Todos os tripulantes escaparam a tempo, exceto um: o maquinista, Pablo Rotfold, que afundou junto com o navio.
"Sabíamos diversos detalhes de como foi aquele acidente, porque o historiador Fernando Chiodini, que colabora com o Museu de San Pedro, localizou esta informação em um jornal local daquela época, chamado El Independiente", afirmou à Agência de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de La Matanza o diretor do Museu de San Pedro, José Luis Aguilar.
A única coisa que se sabe é que o belga transportava madeira e extrato de Quebracho (uma espécie de árvore rica em tanino), enquanto Blanca Rosita carregava 100 toneladas de sal.
"O capitão de Patagonier a vapor declarou que de longe avistou a aproximação de dois comboios, um dos quais, o naufragado, apresentava uma luz verde. Em consequência, seguiu à sua direita, porém notou que a curta distância indicava um iminente perigo e largou uma âncora, tentando retornar para desviar o barco. Entretanto, todos os esforços foram inúteis, pois a colisão ocorreu, afundando rapidamente o Blanca Rosita", segundo um artigo, recolhido pelo blog San Pedro Histórico.
"É um objeto que conta uma história de dor como tantas outras ocorridas na vida cotidiana do rio, onde homens se arriscam para cumprir suas tarefas. Até hoje, não havia nada deste navio. Nenhum elemento. Então, este mastro passou a ser parte importante do patrimônio histórico da região", analisa Aguilar.
Ele também explicou que o mastro encontrado, "possivelmente, foi fabricado com um tronco de um pinheiro ou algo similar, já que é possível observar os pontos de onde partiam os galhos. Além disso, ainda possui uma escora de ferro".