O último informe do Centro de Estudos de Desenvolvimento do Conselho de Estado chinês estima que a nação vai se converter na primeira economia do mundo em 2032.
A projeção estima que a economia cresça a um ritmo mais lento que nos últimos anos e que as tensões comerciais com os EUA continuem a aumentar, porém, ainda assim, deverá superar o país norte-americano em geração de valor.
Contudo, várias perguntas permanecem: o que vai ocorrer com o yuan? Vai conviver com o dólar ou o substituir?
A moeda norte-americana se converteu na principal divisa nas trocas globais em 1944, após os acordos de Bretton Woods.
Ainda que os acordos tenham sido feitos com base no fato de o dólar ser respaldado em ouro, seu emprego atual se baseia em convenções sociais e no papel dos EUA no sistema financeiro internacional. Um papel que a China ainda não possui.
"O yuan é uma moeda de trocas que poderia ser atraente ante o dólar por causa da estratégia multidirecional da China. Esta apresenta um conjunto de políticas interconectadas entre si onde a parte financeira, a relacionada com os empréstimos e os investimentos, é feita em moeda chinesa", disse à Sputnik Mundo a analista argentina Carla Oliva.
"Porém, temos que ter sempre em conta que o dólar ainda é a moeda predominante na economia internacional", agregou.
Para a docente da Universidade Nacional de Rosario (Argentina) e coordenadora do Grupo de Estudos China-Argentina, o gigante asiático ainda "tem que trabalhar muito" para ampliar o uso de sua moeda. De todas as formas, ela considera um grande passo nessa direção a inclusão do yuan na cesta de divisas do Fundo Monetário Internacional em 2016.
Ela refere ainda o anúncio do governo argentino de Alberto Fernández de permitir a compra de yuans para pagamentos de operações de comércio exterior. A decisão permite ao país economizar seus escassos dólares.
"Eu diria que a medida é tanto um mérito da China quanto uma necessidade da Argentina. [...] Não devemos deixar de ter em conta que Pequim está levando adiante uma medida acelerada porque é um ator financeiro internacional cada vez mais importante. Nesse sentido, a internacionalização de sua moeda é um dos seus componentes centrais", salientou.