"As sanções impostas a Cuba, Irã e Venezuela são uma demonstração de cinismo, pois impediram que a ajuda humanitária chegasse a tempo a esses países", declarou Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, nesta sexta-feira (23) em uma sessão do Fórum Interpartidário Internacional da Organização de Cooperação de Xangai (OCX).
"Certos Estados que estão em situação difícil - por exemplo, Venezuela, Irã, Cuba - não receberam ajuda suficiente no início [da pandemia] devido às sanções impostas [...] Tais restrições durante o período da pandemia, que abrangeu o mundo inteiro, são absolutamente cínicos", disse Medvedev.
Nesse contexto, o vice-presidente do Conselho de Segurança abordou a questão das vacinas contra o COVID-19 e instou os países a unirem esforços para criar todas as condições necessárias para a vacinação das pessoas quando estiverem disponíveis.
"Se também começarmos a dividir os países por motivos políticos, naqueles que precisam e naqueles que não precisam de apoio em termos de vacinação, isso será um comportamento absolutamente inconcebível e imoral", enfatizou Medvedev.
O vice-presidente também comentou sobre os problemas das notícias falsas e das fraudes cibernéticas, que, segundo ele, agravaram-se durante a pandemia.
"Os colegas também falaram sobre a chamada pandemia digital: eles mencionaram inúmeras informações falsas, dados disseminados em grandes quantidades para causar pânico, fraudes cibernéticas. Tudo isso se tornou a face oculta do crescimento da atividade on-line", disse Medvedev.
A iniciativa de promover o evento partiu de Medvedev. A ideia foi endossada pelos líderes dos partidos governantes dos países membros da OCX, cuja presidência este ano foi assumida pela Rússia.
O que é OCX+
Fundada em 2001, a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) é dedicada ao desenvolvimento regional e questões de segurança, sendo composta por oito nações: China, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão.
Quatro países - Afeganistão, Bielorrússia, Irã e Mongólia - participam da aliança como observadores; outros seis - Armênia, Azerbaijão, Camboja, Nepal, Sri Lanka e Turquia - ocupam a posição de parceiros de diálogo.