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Pantanal tem o pior outubro da história em focos de incêndio

Dados do Inpe mostram que número é o mais negativo desde 2002 ultrapassando em 64 pontos de fogo os de 18 anos atrás na maior planície alagada do mundo.
Sputnik

Os 250 quilômetros quadrados do Pantanal tiveram o pior outubro em focos de incêndio da história desde o começo das medições em 1988. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), informou o site G1. 

De 1º de outubro até ontem (28), foram registrados 2.825 pontos de fogo contra 2.761 em outubro de 2002, até então o registro mais alto. Os focos também já haviam ultrapassado, 15 dias antes do fim do mês, o total visto no mesmo período de 2019. O quadro da região mostra que setembro teve a pior quantidade de incêndios mensais na história, não importa qual o mês. E nos primeiros 17 dias de setembro, os recordes para aquele período também já haviam sido quebrados.

Essa é a pior seca em 47 anos no Pantanal, a maior planície alagada do mundo. Segundo o Inpe, sem chuva não há alagamento nos locais e isso ajuda a propagar o fogo.

"Não vai ser uma chuva que vai transformar a condição de seca. Os impactos causados por essa longa estiagem vão atuar ainda por algum tempo na região", afirmou o pesquisador Marcelo Parente Henriques, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa pública brasileira, ouvido pelo jornal.

Segundo Henriques, o solo vira uma biomassa que fica igual a uma turfa podre, "um excelente material para queima", disse ele.

Outro problema para contribuir com os focos vem do Rio Paraguai que faz fronteira com a região pantaneira. Segundo o último boletim do CPRM, do dia 22 deste mês, os níveis do rio responsável pela inundação do bioma se mantiveram estáveis pela primeira vez depois de quedas que duraram até a semana anterior.

A situação é ruim também na região amazônica. Segundo o Inpe, nunca houve tantas queimadas na floresta como em 2020. De janeiro até quarta-feira (28), o bioma tinha registrado 91.873 pontos de incêndio, 2.697 a mais do que os contabilizados de janeiro a dezembro de 2019. E o acumulado de pontos de fogo na floresta, vistos de janeiro a setembro, foi o maior desde 2010.

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