De acordo com informações do jornal britânico The Guardian, Fisk foi internado no hospital St Vincent’s em Dublin após se sentir mal na sexta-feira (30). Uma fonte da publicação Independent, onde o correspondente trabalhava, confirmou a morte do jornalista.
Nascido em Kent, no Reino Unido, em 1946, Fisk foi descrito pelo New York Times em 2005 como "provavelmente o mais famoso correspondente estrangeiro da Grã-Bretanha", e ganhou muitos prêmios ao longo de sua carreira por sua cobertura dos eventos no Oriente Médio, entre os quais se destacam o Orwell Prize e diversos British Press Awards.
"Com sua morte, o mundo do jornalismo e dos comentários informados sobre o Oriente Médio perdeu um de seus melhores comentaristas." Comunicado do presidente Higgins [da Irlanda] sobre a morte de Robert Fisk.
Após começar sua carreira no Sunday Express, Fisk foi para o Times, onde se tornou correspondente em Belfast entre 1972 e 1975, durante o auge dos conflitos na Irlanda do Norte.
No ano seguinte, Fisk se mudou para Beirute, onde começou sua carreira como correspondente no Oriente Médio, cobrindo a Guerra Civil do Líbano, a Revolução Iraniana, a Guerra Irã-Iraque e a invasão soviética do Afeganistão.
Em 1986, Fisk se juntou ao Independent, onde seguiu como correspondente na região até os dias atuais, participando da cobertura da invasão do Kuwait por Saddam Hussein e dos últimos acontecimentos na Síria, além de trabalhar nas guerras da Bósnia e do Kosovo, na antiga Iugoslávia.
Fluente em árabe, Fisk foi um dos poucos jornalistas ocidentais que conseguiu entrevistar o antigo líder da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em diversos países), Osama bin Laden, em mais de uma oportunidade durante os anos 1990.
Além de seus feitos como correspondente, Fisk ficou conhecido por suas críticas aos Estados Unidos, e foi duramente confrontado após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando resolveu questionar o que teria motivado os responsáveis pelos ataques.