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'Estupro culposo': Gilmar Mendes diz que blogueira foi humilhada em audiência e pede apuração

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse que as cenas da audiência que absolveu empresário da acusação de estupro de Mariana Ferrer eram "estarrecedoras". 
Sputnik

A audiência ocorreu em setembro, mas o site The Intercept revelou nesta terça-feira (3) imagens da atuação do advogado de defesa de André de Camargo Aranha, assim como da reação da blogueira, de 23 anos.  

De acordo com o site, o julgamento da influenciadora terminou com a inédita sentença de "estupro culposo", crime que não existe no Código Penal, o que levou a absolvição do réu. 

O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho exibiu fotos sensuais de Mariana, classificando as imagens como "ginecológicas", para reforçar argumento de que a relação sexual tinha sido consensual. Ele também repreende choro da influenciadora e modelo. 

Por meio do Twitter, Mendes disse que as cenas eram "estarrecedoras" e a Justiça não deveria ser instrumento de "tortura e humilhação". 

​'Lábia de crocodilo'

Segundo o The Intercept, o promotor do caso afirmou que não havia como o acusado saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo "intenção" de estuprar. 

No momento em que Mariana Ferrer chora, o advogado afirma: "Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo". Além disso, ele acusou a blogueira de manipular fatos: "Tu vive disso? Esse é teu criadouro, né, Mariana, a verdade é essa, né? É teu ganha-pão a desgraça dos outros? Manipular essa história de virgem?". 

Entenda o caso

Segundo Mariana Ferrer, o estupro ocorreu na noite de 15 de dezembro de 2018, em festa na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis. Na ocasião, ela tinha 21 anos e trabalhava como promotora do evento. Um vídeo do local da festa mostra a blogueira subindo, desequilibrada, uma escada em direção a um camarim. 

No dia seguinte, Mariana registrou um boletim de ocorrência de estupro. Exame pericial feito com o esperma encontrado na roupa da jovem constatou que o material era compatível com o DNA de André de Camargo Aranha. Em julho de 2019, ele se tornou réu do caso, investigado como estupro de vulnerável.

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