A ação, batizada de Operação Cartão Vermelho, tem como objetivo investigar supostos desvios de recursos que foram destinados ao hospital de campanha montado no estádio Presidente Vargas, na capital cearense, e é consequência de um inquérito instaurado em junho.
A investigação apontou indícios de crimes por parte de servidores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza, além de gestores e membros da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de gestão do hospital de campanha, de dirigentes de uma organização social de São Paulo, que foi contratada para administrar o estabelecimento, e empresários.
Segundo a apuração policial, há suspeita de que a atuação dos investigados possa ter gerado prejuízos de mais de R$ 7 milhões ao erário e a Justiça Federal autorizou o bloqueio desses valores nas contas das pessoas jurídicas investigadas. As averiguações seguem em curso com a análise das movimentações financeiras dos suspeitos e do material apreendido durante as diligências de hoje (3).
De acordo com a Polícia Federal, há indícios de fraude na escolha da empresa contratada com dispensa de licitação e na aquisição de equipamentos de uma empresa de fachada, má gestão e fiscalização da aplicação dos recursos no hospital de campanha e superfaturamento no preço dos equipamentos adquiridos, em comparação com operações semelhantes realizadas em outras cidades, dentro do contexto da pandemia de COVID-19.
Os suspeitos poderão responder por fraude à licitação, organização criminosa, peculato e ordenação de despesa não autorizada, e poderão pegar até 33 anos de prisão caso sejam condenados.
De acordo com o G1, a Secretaria Municipal de Saúde e a Prefeitura de Fortaleza ainda não se manifestaram sobre as denúncias.