Empregando uma estratégia conhecida como "modificação da população", que envolve o uso de um sistema de geração de genes CRISPR-Cas9 para introduzir genes que impedem a transmissão do parasita nos cromossomos do mosquito, pesquisadores da Universidade da Califórnia, EUA, fizeram um grande avanço no combate à malária. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Communications na terça-feira (3).
A pesquisa pioneira desenvolveu sistemas de transmissão de genes baseados em CRISPR (uma espécie de tesoura genética que permite os pesquisadores alterar o DNA de animais, plantas e micro-organismos com altíssima precisão) para tornar mosquitos vetores resistentes à transmissão de parasitas da malária.
"Este trabalho mitiga um grande problema com os primeiros sistemas de transmissão de genes, que é o acúmulo de mosquitos resistentes à transmissão que ainda podem transmitir parasitas da malária", explica em comunicado Anthony James, coautor do estudo.
"Embora tenha sido desenvolvido em moscas-das-frutas, esse sistema é prontamente transportável para uma ampla seleção de espécies de insetos que servem como vetores de doenças devastadoras, como doença de Chagas, doença do sono, leishmaniose e doenças arbovirais", ressalta Ethan Bier, também coautor da pesquisa.
Esse sistema de modificação de genes, em combinação com genes para bloquear a transmissão do parasita, agora pode ser usado para projetar cepas de mosquitos. Todavia, são necessários testes completos para demonstrar a segurança e eficácia antes de avançar para os testes de campo, afirmam os cientistas.