Sai o símbolo que representava a defesa do racismo e entra a flor que pretende ser a nova marca do Mississippi. Na votação desta terça-feira (3), os eleitores do último estado norte-americano a abolir a marca do segregacionismo aprovaram a nova bandeira, informou a rede de TV a cabo CNN.
Além da flor - o Mississippi se autointitula "O Estado da Magnólia" -, ela terá a inscrição "In God We Trust" (Confiamos em Deus), mais 20 estrelas brancas, pois foi o 20º estado da União, e uma dourada de cinco pontas para representar as tribos nativas da região.
A decisão de aposentar a antiga bandeira num estado onde os negros representam 38% da população aconteceu durante os protestos pelo assassinato do também negro George Floyd no dia 25 de maio em Mineápolis, estado de Minnesota, por um policial branco. A morte dele levou a renovados apelos à justiça racial em todo o país e a um reexame dos monumentos e símbolos dos Confederados da América, incluindo a bandeira do estado do Mississippi.
Em meio dos protestos, os legisladores locais aprovaram um referendo histórico para reforma e substituição da bandeira, um projeto de lei assinado pelo governador Tate Reeves. O projeto foi ratificado pela população nas urnas.
"Este não é para mim um momento político, mas uma ocasião solene para conduzir a nossa família do Mississippi a juntar-se para se reconciliarem e avançarem", disse Reeves, um republicano, na assinatura do projeto de lei em junho.
A bandeira de 1894 foi hasteada pela última vez em 1º de julho para em seguida ser oficialmente retirada e entregue ao Departamento de Arquivos e História do Mississippi.
O estado foi o último da federação a abolir o símbolo de quem lutou na Guerra Civil (1861-1865) para manter a escravidão no país. A Geórgia eliminou a sua referência ao racismo em 2003, dois anos após 65% da população do Mississippi ter votado a favor da manutenção da antiga bandeira que tinha há 126 anos uma cruz azul na diagonal, com 13 estrelas brancas em um fundo vermelho. O símbolo dos Confederados ainda é usado até hoje por grupos racistas nos Estados Unidos.