Justiça chilena condena 4 ex-agentes da ditadura

Na decisão, juiz decidiu aplicar uma perspectiva de gênero na sentença, destacando que seis das vítimas eram mulheres, o que torna o crime mais grave.
Sputnik

Juiz do Tribunal de Justiça de Santiago, Mario Carroza condenou nesta quinta-feira (5) quatro ex-agentes da ditadura de Augusto Pinochet que participaram de uma série de torturas contra opositores do regime. As acusações também envolviam assédio sexual.

As informações foram publicadas pelo site BioBioChile.

"Mario Carroza condenou quatro agentes da extinta Diretoria Nacional de Inteligência [a polícia secreta de Pinochet] por sua responsabilidade nos crimes de sequestro qualificado, aplicação de tortura e aplicação de tortura com violência sexual", informou o judiciário em nota.

A sentença determinou que os agentes Raúl Iturriaga, Manuel Rivas, Hugo Hernández e Alejandro Molina eram responsáveis ​​por um centro de detenção clandestino em Santiago, denominado "La Venda Sexy", porque neste local os presos permaneceram vendados enquanto eram submetidos à tortura sexual.

"A gravidade e natureza dos crimes conduzem à resolução dos casos ocorridos na sede secreta com uma perspectiva de género, visto que constituem uma forma de violência contra a mulher e cumprimento das normas internacionais em matéria de gênero", estabelece Carroza na decisão

Iturriaga, Hernández e Rivas foram condenados a 15 anos e um dia de prisão como autores dos crimes, enquanto Molina foi condenado a 541 dias por cúmplice.

Durante a ditadura de Pinochet, cerca de 28 mil pessoas foram torturadas, 3.197 foram assassinadas e cerca de 200 mil foram forçadas ao exílio, segundo dados oficiais.

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