Biden reúne delegados suficientes e abre caminho para vencer eleição, diz AP

O democrata Joe Biden conseguiu o número de delegados suficientes para derrotar o republicano Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos, confirmando o favoritismo da campanha eleitoral. A data marcada para a posse do novo presidente dos EUA é em 20 de janeiro de 2021.
Sputnik

A chapa democrata de Joe Biden e Kamala Harris conseguiu a vitória virtual nas eleições presidenciais dos EUA alcançando 284 delegados, ultrapassando os 270 necessários para ser considerada vitoriosa. No total, cerca de 74,8 milhões de eleitores escolheram a chapa do ex-vice-presidente nas urnas, um recorde, confirmando o favoritismo apontado pelas pesquisas de intenção de voto. As eleições nos EUA têm um sistema indireto, com 538 delegados em disputa no colégio eleitoral.

Biden reúne delegados suficientes e abre caminho para vencer eleição, diz AP

Já o candidato à reeleição, Donald Trump, que concorreu novamente ao lado do vice-presidente Mike Pence, alcançou 214 delegados, sendo a escolha de cerca de 70,5 milhões de eleitores norte-americanos, o que já o torna o segundo candidato mais votado da história do país. Se o resultado for confirmado, será a primeira vez desde 1993, quando o ex-presidente republicano, George H. W. Bush, perdeu as eleições para o democrata Bill Clinton, que um presidente norte-americano não é reeleito.

Biden reúne delegados suficientes e abre caminho para vencer eleição, diz AP

Apesar de Biden ter atingido o número de delegados necessários, a apuração ainda segue em andamento. O resultado também não é definitivo. Donald Trump, mesmo sem evidências, tem apontado irregularidades no processo de contagem de votos e entrou com uma série de ações judiciais para recontagem das cédulas em determinados estados, além de ter tentado impedir a apuração. Trump promete levar o caso à Suprema Corte e afirma que a apuração é fraudulenta. O presidente dos EUA chegou a declarar mais de uma vez que venceu o pleito e que seus adversários democratas tentam "roubar" as eleições.

A corrida eleitoral dos EUA de 2020 é marcada pela polarização política que cresce no país desde 2016, quando Trump surpreendeu o mundo e venceu a então candidata democrata, a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton - franca favorita a vencer as eleições à época.

Biden reúne delegados suficientes e abre caminho para vencer eleição, diz AP

Na campanha de 2020, a pandemia da COVID-19, que impactou principalmente os EUA em números absolutos, foi o principal tema dos debates, levantando críticas à gestão republicana ao longo da corrida eleitoral. Segundo os dados da Universidade Johns Hopkins, os EUA acumulam mais de 9,7 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e cerca de 232 mil mortes causadas pela doença.

A violência policial e o debate sobre o racismo institucional nos EUA também foram temas importantes ao longo da campanha, impulsionados pelos protestos de massa contra o assassinato de George Floyd, em maio deste ano, que se espalharam por todo o país e também para além das fronteiras norte-americanas.

Biden pode retornar à Casa Branca em meio à pandemia e crise econômica

Favorito nas eleições em praticamente toda a campanha, Biden foi escolhido oficialmente nas primárias como candidato democrata em junho e anunciado oficialmente em agosto, deixando para trás seu principal adversário, o senador Bernie Sanders. Nas prévias do partido, ele disputou também com sua futura companheira de chapa, a também senadora Kamala Harris, que foi integrada à campanha de Biden em agosto.

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Joe Biden foi senador pelo estado de Delaware, nos EUA, por 36 anos, vencendo sete eleições consecutivas entre 1972 e 2008, quando se tornou vice-presidente na chapa do ex-presidente Barack Obama por dois mandatos consecutivos. Foi pela passagem pela Casa Branca ao lado de Obama que o agora presidente eleito ganhou o apoio necessário para liderar a chapa democrata este ano.

Com a possível vitória nas urnas contra Trump, Biden, aos 77 anos, tem pela frente desafios como vencer a pandemia da COVID-19 e reerguer a economia dos EUA, garantindo empregos aos norte-americanos após um ano de forte crise econômica mundial. Biden também terá pela frente expectativas na política internacional, como a crescente rivalidade com a China e a relação com parceiros internacionais dos EUA.

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