O portal Axios revelou na quarta-feira (11) que Christopher Miller, secretário de Defesa norte-americano em exercício, trouxe ao Pentágono um coronel do Exército dos EUA aposentado, Douglas Macgregor, para facilitar a saída das tropas do Oriente Médio.
Axios observou que Macgregor afirmou ao apresentador Tucker Carlson, da emissora Fox News, em 2019, que os EUA deveriam sair do Afeganistão "o mais rápido possível", independentemente de ter ou não sido concluído um acordo de paz com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países). O conselheiro também defendeu uma retirada imediata da Síria e da Coreia do Sul, esta com quase 30 mil soldados norte-americanos, e a tentativa de se chegar a um acordo com o Irã.
As fontes da mídia relataram que altos funcionários da Casa Branca querem que os líderes do Pentágono "falem mais publicamente sobre a saída do Afeganistão até o final do ano".
O Pentágono parece confirmar esses relatórios anônimos, dizendo ao Axios que as "décadas de experiência militar de Macgregor serão usadas para ajudar na implementação contínua das prioridades de segurança nacional do presidente".
Tropas dos EUA
Em fevereiro de 2020 foi concluído um cessar-fogo com o Talibã, que lutou durante 19 anos uma insurgência contra os EUA e o governo instalado por Washington em Cabul, após derrubar o Talibã em uma invasão de 2001.
No entanto, até agora não tem sido possível implementar um cessar-fogo separado entre o Talibã e o governo de Cabul.
Em 7 de outubro, quando mais da metade das tropas norte-americanas já tinham se retirado do Afeganistão e menos de cinco mil permaneciam, Trump se comprometeu a trazer todos os soldados norte-americanos para casa "até o Natal", contradizendo o conselheiro de Segurança Nacional Robert O'Brien, que afirmou que os EUA ainda teriam 2.500 soldados no país asiático no início de 2021.
Dias depois, a agência Bloomberg relatou, citando relatórios internos, que o Pentágono estava se preparando em trazer para casa as centenas de tropas destacadas na Somália.
Macgregor é conhecido como um falcão de guerra, expressando em 2004 seu apoio incondicional à invasão norte-americana do Iraque no ano anterior, embora ele tenha criticado posteriormente a forma como a administração Bush lidou com a guerra. Macgregor classificou a consequente ocupação como desastrosa para a política externa norte-americana. Ele também deixou claro um forte desgosto a muçulmanos e refugiados latino-americanos.