ACNUR pede proteção a civis em meio a migração causada por confrontos em Tigré

Mais de 14.500 pessoas já deixaram o norte da Etiópia em direção ao vizinho Sudão para fugir dos confrontos que estouraram no início deste mês na região de Tigré, afirmou hoje (13) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Sputnik

Em nota, o ACNUR demonstrou grande preocupação com o agravamento da crise em Tigré, onde tropas do governo etíope realizam uma grande operação contra forças locais, acusadas pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed de estarem por trás de um recente ataque a uma base militar na região.

Além do grande fluxo de migrantes, principalmente crianças, para o Sudão, a agência da ONU também alertou que o conflito também está afetando os serviços de atendimento a  96.000 refugiados da Eritreia que se encontram em Tigré e levando a um número crescente de cidadãos etíopes deslocados internamente.

"O ACNUR apela a todas as partes para que respeitem a segurança e a proteção de todos os civis em Tigré", diz o comunicado.

Ontem (12), os combates se aproximaram do campo de refugiados de Shimelba, que hospeda 6.500 refugiados eritreus, levantando preocupações sobre deslocamento em massa do campo. Enquanto isso, o ACNUR está se preparando para receber os refugiados que já começaram a chegar ao campo de Hitsats, a 50 quilômetros de distância, e considera outras opções de realocação na região. 

Nós, do ACNUR, estamos extremamente preocupados com o agravamento da crise. Estamos trabalhando com as autoridades do Sudão para dar assistência vital a mais de 14.500 refugiados que fugiram da Etiópia desde que começou a violência, no início de novembro.

​As condições gerais de vida e trabalho dentro de Tigré estão se tornando mais difíceis, com quedas de energia e suprimentos de alimentos e combustível cada vez mais escassos. E as comunicações foram cortadas, criando um blecaute de informações, relata o Alto Comissariado.

O número de refugiados em busca de segurança no vizinho Sudão está aumentando rapidamente, com mais de 4.000 pessoas cruzando a fronteira em apenas um dia. O ACNUR diz estar fazendo o possível, com a ajuda de parceiros, para aumentar a assistência, mas o número de recém-chegados está ultrapassando em muito a capacidade local.

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