As declarações de Pujol foram feitas durante um evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa.
"O general Etchegoyen [do Gabinete de Segurança Institucional] me perguntou se haveria algum país em nosso continente que seria uma ameaça ao Brasil. Eu digo. Hoje não, mas não sabemos daqui 3 ou 4 anos. Por isso fazemos nosso planejamento estratégico", afirmou.
Pujol defendeu o distanciamento do Exército da política partidária.
"Nosso assunto é militar, preparo e emprego. As questões políticas? Não nos metemos em áreas que não nos dizem respeito. Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis", disse.
O evento ocorreu dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer, ao abordar as relações entre o Brasil e a possível gestão de Joe Biden nos EUA, que quando "a saliva acaba tem de que ter pólvora".
Pujol defendeu 17 projetos estratégicos do Exército, como o programa Guarani de blindados e o sistema Astro 2020, com foguetes e mísseis táticos brasileiros de alcance de 300 quilômetros com "uma dispersão de oito metros em relação ao alvo". As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo.
"Temos de dotar o Exército de uma capacidade de defesa antiaérea, que está muito aquém de fazer frente à ameaças. Precisamos de um programa para desenvolver a estrutura de nossa defesa antiaérea", alertou.
O general ponderou que o Exército Brasileiro necessita aumentar "sua capacidade operacional" e comparou o total de caças como menor do que o de países pequenos da Europa.
"Estamos muito aquém do que o Brasil precisa para que as Forças Armadas cumpram suas missões constitucionais", completou o diagnóstico.