Médico explica o que coronavírus e gripe espanhola têm em comum

Observando a pandemia da gripe espanhola há 100 anos, dá para sugerir como vai desenvolver a situação contemporânea com coronavírus, contou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik imunologista e alergista Vladimir Bolibok.
Sputnik

O imunologista ressaltou a importância da formação de imunidade coletiva, para que o novo coronavírus não desencadeie mais consequências negativas.

"A pandemia da gripe espanhola de 100 anos teve três ondas: na primavera, depois entre o outono e o inverno, e, passando o verão, teve outra do outono à primavera. A mais pesada foi a segunda onda, entre o outono e o inverno. Hoje em dia, nada mudou: imunidade coletiva no início da infecção [do coronavírus] era nula, ocasionando a onda, como deveria acontecer", contou o alergista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

Médico explica o que coronavírus e gripe espanhola têm em comum

O alergista russo, mesmo explicando a gravidade de pandemias quando não há imunidade coletiva, acredita que, quando são tomadas medidas restritivas rígidas, há chances de conter epidemias em duas semanas.

Vírus não conseguem existir eternamente em um organismo, havendo apenas dois finais para infectados – morte devido ao vírus ou recuperação com morte do vírus, levando ao fim do "processo de transmissão do vírus. Se fechasse simultaneamente todas as pessoas em suas casas, para que ninguém saísse, epidemia terminaria em duas semanas".

Na opinião do alergista, o novo coronavírus só conseguiu ser contido em China, Taiwan, Coreia do Sul e Vietnã porque estes países seguiram o esquema de isolamento social.

A pandemia da gripe espanhola causou mortes em todas as regiões do mundo, sendo o número total de mortes discutido até hoje. Em 2005, foi reportada uma estimativa em 50 milhões de óbitos. No entanto, segundo a última reavaliação em 2018, este número foi estimado em cerca de 17 milhões. Tais estimativas variam-se entre 1% e 6% da população mundial. De acordo com os últimos dados da Universidade Johns Hopkins, o coronavírus já vitimou mais de 1,3 milhão de pessoas.

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