O terceiro trimestre do ano no Japão foi bom o suficiente para gerar um crescimento de 5% e tirar o país da recessão, informou o Financial Times. O encolhimento da economia marcou o primeiro semestre muito em função da pandemia da COVID-19 que atingiu o setor manufatureiro e os gastos dos consumidores.
Mas a terceira maior economia do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China, deu sinais de recuperação. Ainda assim, os analistas entendem que o crescimento futuro provavelmente será modesto.
O número anunciado nesta segunda-feira (16) é o melhor efeito do "boom do Zoom", ou seja, o aumento da demanda por telas e laptops à medida que mais pessoas trabalham em casa e usam plataformas de reunião on-line como o Zoom. E as economias asiáticas estão entre as maiores produtoras de laptops, equipamentos de comunicação e outros eletrônicos.
A região asiática também receberá um impulso após assinar um acordo comercial durante o fim de semana chamado de Parceria Econômica Integral Regional (RCEP). Os outros signatários incluem a China, Coreia do Sul, Austrália e Singapura.
O aumento na demanda interna tem ajudado a impulsionar o crescimento econômico no Japão a partir também de estímulos do governo. A alta de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre seguiu-se a três meses de encolhimento de sua economia em 8,2%.
Reviravolta
Esta reviravolta é o ritmo mais rápido de crescimento econômico japonês já registrado nas últimas décadas. A continuar assim, assumindo que este crescimento siga por 12 meses, especialistas acreditam que ele representará uma expansão de 21,4%.
O PIB do segundo trimestre, abrangendo de abril a junho, foi o pior do Japão desde que os dados se tornaram disponíveis em 1980, mais grave ainda que o da crise financeira global de 2008.
A recuperação é uma notícia bem-vinda para o governo japonês que evitou as duras medidas de bloqueio observadas em alguns outros países. A economia global, como um todo, deve se contrair em 4,4% este ano, enquanto que os EUA diminuirão em 4,3% de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No início deste ano, o Japão anunciou dois pacotes de estímulo no valor combinado equivalente a R$ 12 bilhões incluindo pagamentos em dinheiro a famílias e empréstimos a pequenas empresas.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga, que assumiu o cargo em setembro, também instruiu seu gabinete a apresentar outro pacote para impulsionar a economia japonesa atingida pela pandemia.
Apesar deste último crescimento trimestral, ainda se espera que a economia japonesa encolha 5,6% em todo o ano fiscal, que termina em março de 2021.