Nos espectros da luz derivados das estrelas foram observadas linhas ou bandas obscurecidas, causadas pela absorção da luz por meio interestelar.
Isso seria como um imposto que a luz emitida pelas estrelas deve pagar por atravessar o meio interestelar até chegar aos telescópios.
Algumas destas linhas do espectro possuem uma origem conhecida, em forma de átomos como o sódio e o cálcio ou de moléculas como o CH, porém, a origem de outras bandas é desconhecida.
Em um recente estudo liderado pelos pesquisadores do CAB e publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, foi detectado uma ampla banda de absorção interestelar centrada próxima dos 7.700 Angstroms (unidade de medida de comprimento equivalente a 10⁻¹⁰ m) de comprimento de onda.
Ou seja, trata-se da primeira banda de grande absorção detectada no alcance óptico do espectro eletromagnético e é significativamente mais larga que as numerosas bandas interestelares difusas.
Esta nova banda possivelmente estava parcialmente oculta atrás da chamada banda telúrica A, produzida pelo oxigênio molecular (O2) da atmosfera terrestre.
Posteriormente, esta banda foi detectada em uma grande amostra de estrelas de diversos tipos, como as estrelas de tipo OB, supergigantes de tipo BA e gigantes vermelhas.
"A ideia básica é que, até agora, todas as bandas de absorção do meio interestelar eram relativamente estreitas e esta é aproximadamente cinco vezes mais larga do que a maioria conhecida até então", comunicou Jesús Maíz Apellániz, pesquisador do CAB.
A descoberta da nova banda ajudará a compreender melhor o comportamento e os componentes do meio interestelar.