Beto Freitas, de 40 anos, foi espancado na última quinta-feira (19) por seguranças brancos por cerca de cinco minutos em um supermercado da rede Carrefour na capital gaúcha. Seu assassinato na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra gerou protestos em diversas cidades brasileiras.
Hoje (21), o corpo de Beto Freitas foi velado no cemitério São João, em Porto Alegre, com a presença de familiares da vítima. Segundo o jornal Folha de São Paulo, diversas pessoas compareceram ao cemitério com cartazes pedindo justiça pelo assassinato e um cortejo acompanhou o caixão até o local do sepultamento.
Em sua nota, a ONU Brasil manifestou "solidariedade à família de João Alberto Silveira Freitas, que foi brutalmente agredido na noite de 19 de novembro de 2020 e veio a óbito em seguida, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul".
A organização acrescentou que "a violenta morte de João, às vésperas da data em que se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, é um ato que evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira".
"Dados oficiais apontam que a cada 100 homicídios no país, 75 são de pessoas negras. O debate sobre a eliminação do racismo e da discriminação racial é, portanto, urgente e necessário, envolvendo todas e todos os agentes da sociedade, inclusive o setor privado", disse a ONU na nota.
No comunicado, a organização pede que "as autoridades brasileiras" garantam uma investigação plena e célere do caso e que haja uma "punição adequada dos responsáveis", a "reparação integral a familiares da vítima" e a "adoção de medidas que previnam que situações semelhantes se repitam".
Por fim, a ONU Brasil convida toda a sociedade brasileira a participar ativamente da construção de uma sociedade igualitária e livre do racismo. "Vidas negras importam e não podem ser deixadas para trás", frisou a organização.