A China continua aumentando suas forças militares de que poderia dispor para uma tentativa de invasão de Taiwan. A Marinha chinesa está adquirindo porta-aviões e navios de assalto anfíbios, enquanto o Exército e o corpo de fuzileiros navais acrescentam veículos de combate modernos e a Força Aérea se treina para combate aéreo intensivo, de acordo com The National Interest.
Porém, ao cruzar o estreito de Taiwan uma frota chinesa enfrentaria não apenas as forças taiwanesas, mas provavelmente também americanas. Os Estados Unidos são obrigados por lei a auxiliar na defesa de Taiwan.
Características dos bombardeiros americanos
O comandante da Escola de Armas da Força Aérea dos EUA, parte da 57ª Ala na Base da Força Aérea de Nellis, no estado americano do Nevada, visitou recentemente a Base da Força Aérea de Barksdale, em Louisiana, onde fica a 2ª Asa de Bombardeio, a maior unidade de bombardeiros do ramo aéreo dos EUA. Em agosto de 2019 ele revelou uma das possíveis formas de intervenção dos EUA.
Segundo o general de brigada Robert Novotny, o comandante parece ter "lançado minas marítimas de um B-52 Stratofortress", mostrando em seu post no Facebook imagens do bombardeiro carregando 15 minas marítimas Quickstrike.
Estas minas não são novidade. "A família Quickstrike inclui classes de 500, 1.000 e 2.000 libras, conhecidas como Mk. 62, Mk. 63 e Mk. 64, respectivamente", explicou o repórter Joseph Trevithick no portal The War Zone no final de 2018.
Atualmente, enquanto o Pentágono volta ao conflito entre as grandes potências, as minas estão passando por uma série de atualizações.
Por mais de quatro anos, a Marinha americana tem trabalhado em dois programas de atualização relacionados, conhecidos como Quickstrike-J e Quickstrike-ER, para as minas Mk. 80.
Estas são atualizações revolucionárias que permitem às aeronaves empregar as minas com precisão de qualquer altitude e, no caso dos tipos -ER, largá-las em alvos a até 64 quilômetros de distância. Isso acelera o processo de instalação de campos minados em geral e reduz drasticamente a vulnerabilidade da aeronave que transporta as armas, que de outra forma teria que voar baixo e lentamente para realizar a missão.
E se houver guerra no Indo-Pacífico?
A Força Aérea opera mais de 70 B-52 e, em caso de guerra, poderia desdobrar dezenas de aviões na região da Ásia-Pacífico, ou levá-los dos Estados Unidos para missões na zona de guerra do Pacífico. Sabendo isto, não é difícil imaginar formações de B-52 instalando rapidamente centenas ou mesmo milhares de minas.
Naturalmente, os próprios bombardeiros, se implantados na linha da frente, também seriam alvos. A China poderia atingir os principais postos avançados da América no Pacífico – em particular, a base de bombardeiros em Guam – com mísseis balísticos e de cruzeiro.
Um súbito ataque chinês poderia exterminar rapidamente as forças americanas na região da Ásia-Pacífico e impedir os Estados Unidos de intervir em uma guerra regional. Essa é a conclusão surpreendente de um relatório de agosto de 2019 do Centro de Estudos dos Estados Unidos da Universidade de Sydney.
"A estratégia de defesa da América no Indo-Pacífico está passando por uma crise sem precedentes", alertaram os autores do estudo Ashley Townshend, Brendan Thomas-Noone e Matilda Steward. "A América não desfruta mais da primazia militar no Indo-Pacífico e sua capacidade de manter um equilíbrio de poder favorável é cada vez mais incerta."