Desta maneira, a decisão que surpreendeu até mesmo os aliados europeus de Washington e não recebeu o seu apoio total entrará definitivamente em vigor.
Na Rússia, esta jogada foi considerada um dos passos para destruir o atual sistema de controle de armas, no entanto o futuro do tratado dependerá da maneira como os outros signatários se venham a comportar daqui para a frente.
As principais questões que se colocam agora são: será que os europeus vão partilhar as informações coletadas durante os seus voos com os EUA? Será permitido que os aviões russos sobrevoem instalações americanas na Europa?
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou hoje (22) que Moscou tentará obter garantias sólidas de que os restantes países participantes do acordo cumprem as suas obrigações.
A chancelaria russa acrescentou ainda que, ao sair do Tratado de Céus Abertos, os americanos esperam que os seus aliados, por um lado, obstruam os voos de observação russos sobre as instalações militares dos EUA na Europa e, por outro lado, que os europeus compartilhem com Washington as suas fotografias aéreas do território russo.
"É evidente que isto é inaceitável para a Rússia. Vamos tentar obter garantias firmes de que os restantes países participantes do Tratado de Céus Abertos cumprem as suas obrigações, em primeiro lugar para garantir que todo o seu território possa ser monitorizado e, em segundo lugar, para que não compartilhem a informação dos voos de observação com países terceiros não membros do Tratado de Céus Abertos", afirma chancelaria da Rússia.
"Washington fez a sua jogada, que não beneficiou nem a segurança europeia nem a própria segurança dos EUA e dos seus aliados. Agora, muitos no Ocidente estão se perguntando qual será a reação da Rússia. A resposta é muito simples. Salientamos repetidamente em ocasiões anteriores que, para nós, todas as opções estão abertas. Acompanhamos de perto e analisamos em que medida as palavras dos outros participantes do Tratado correspondem às suas ações. Tomaremos as decisões apropriadas com base nos interesses de segurança da Rússia e dos nossos aliados", conclui o comunicado.
O Tratado de Céus Abertos foi assinado em 1992 e se tornou uma das medidas de fortalecimento da confiança na Europa após a Guerra Fria. Está em vigor desde 2002 e permite que os 34 países membros coletem abertamente informações sobre as forças e atividades militares uns dos outros, através de voos de observação sobre os territórios dos diversos países.