O assassinato de Mohsen Fakhrizadeh-Mahabadi, professor da Universidade Imam Hussein, Irã, e cientista sênior da Organização de Energia Atômica do Irã, foi o "ponto alto" de um "plano estratégico israelense" de longo prazo que visava sabotar o suposto programa de armas nucleares do Irã e privou Teerã "de uma fonte insubstituível de conhecimento", informou o jornal The Times of Israel, citando mídia hebraica local.
"Isto é uma diminuição do conhecimento que é insubstituível", disse uma fonte anônima da inteligência ocidental, citada pelo jornal.
O Canal 13 indicou que o cientista tinha sido um "alvo" de vários primeiros-ministros israelenses e vários diretores da Mossad, a agência de inteligência israelense responsável pela coleta de informações e operações secretas, incluindo assassinatos e sabotagem no exterior.
Não só Fakhrizadeh, mas também pelo menos sete outros cientistas nucleares iranianos foram alvos de ataques ao longo dos anos, dos quais alguns acusam a Mossad e outros os serviços secretos ocidentais, incluindo CIA e MI6.
O primeiro-ministro israelense Netanyahu destacou Fakhrizadeh em uma apresentação de inteligência em 2018, instando a comunidade internacional a "lembrar esse nome" e alegando que o cientista era o chefe de um programa iraniano que visava construir em segredo uma bomba nuclear, mas sem apresentar provas do plano.
A Agência Internacional de Energia Atômica não encontrou nenhumas evidências de uma tentativa de construir uma bomba depois de 2003, sua existência também é negada pelos líderes iranianos.
Teerã também tem atacado regularmente Israel e os EUA por "darem lições" ao Irã sobre a não proliferação nuclear, ao mesmo tempo que eles próprios possuem grandes arsenais nucleares.
Irã ameaça vingança
O assassinato de Fakhrizadeh provocou uma grande escalada de tensões no Oriente Médio, com Teerã prometendo vingança e seus altos funcionários acusando Israel.
Apesar de ainda não apresentarem provas, Hassan Rouhani, o presidente do Irã, e Mohammad Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores, suspeitam o envolvimento de Tel Aviv na morte do cientista iraniano, com as autoridades israelenses ainda não tendo comentado o incidente.
No entanto, The Times of Israel relata que embaixadas de Israel pelo mundo afora foram colocadas em "alerta elevado".