Rato 'rouba' veneno poderoso de árvore, capaz de derrubar elefante e matar humano, diz estudo (FOTO)

Cientistas detalham em novo estudo como o rato-de-crista africano adquire o seu veneno superpoderoso.
Sputnik

Cientistas da Universidade de Utah, do Instituto de Biologia da Conservação Smithsonian, ambos nos EUA, e do Museu Nacional do Quênia descobriram como o mamífero Lophiomys imhausi, conhecido como rato-de-crista africano adquire sua toxina mortal. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Mammalogy.

O rato-de-crista africano é o único mamífero conhecido que sequestra toxinas de plantas para defesa química. De acordo com a pesquisa, o animal roe galhos de árvores venenosas e, em seguida, passa a saliva nociva em seu pelo. Dessa forma, esse animal, que parece uma mistura de gambá com porco-espinho, pode se proteger de possíveis predadores ao levantar seus pelos para formar uma crista proeminente, relatam os cientistas.

Rato-de-crista africano (Lophiomys imhausi) é uma espécie que habita o leste africano. Ele se movimenta durante a noite, tentando evitar qualquer perigo. Poderíamos dizer que não seria escolhido para figurar na lista da fauna africana mais temível.

"Inicialmente, queríamos confirmar se o comportamento de sequestro de toxinas era real e, ao longo do caminho, descobrimos algo completamente desconhecido sobre o comportamento social. Nossas descobertas têm implicações de conservação para este rato misterioso e indescritível", afirma em comunicado Sara Weinstein, principal autora do estudo.

Além do processo de recolha do veneno, que com alguns miligramas pode derrubar um elefante e matar um ser humano, os pesquisadores também acompanharam a vida social do Lophiomys imhausi. O estudo encontrou evidências de que o rato-de-crista africano vive de forma monogâmica, orientado para a família, mesmo no cativeiro.

"Colocamos esses dois ratos juntos no recinto e eles começaram a ronronar e se acariciar […]. O que foi uma grande surpresa, já que todos com quem conversamos pensavam que eram solitários. Percebi que tínhamos a oportunidade de estudar suas interações sociais", comenta Weinstein.

"A monogamia é muito rara em mamíferos […]. Isso pode ser muito emocionante [se confirmado em novos estudos]", afirma Ricardo Mallarino, biólogo que não esteve envolvido no estudo, citado pelo jornal The New York Times.

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