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Agressora de funcionários e clientes é indiciada por injúria racial, lesão e homofobia em São Paulo

Lidiane Biezok foi presa em flagrante após xingamentos e violência física dentro de uma padaria. Mas teve prisão domiciliar concedida pela Justiça após alegar problemas psiquiátricos.
Sputnik

A mulher que apareceu no dia 20 de novembro em vídeo nas redes sociais ofendendo e agredindo funcionários e clientes de uma padaria em São Paulo foi denunciada nesta terça-feira (1º) pelo Ministério Público (MP) da cidade, informou o site G1. Lidiane Brandão Biezok é acusada de injúria racial, lesão corporal e homofobia.

Ao ser levada pela Polícia Militar (PM), ela se apresentou como advogada, mas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que ela não tem registro na entidade. Segundo sua defesa, a família de Lidiane informou que ela cursou faculdade de Direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie, na capital, em 2003, quando se tornou bacharel. Mas não fez o concurso da OAB.

Lidiana, de 45 anos, foi presa em flagrante, mas teve a prisão domiciliar concedida pela Justiça por ter "problemas psiquiátricos", segundo informou a assessoria do Tribunal de Justiça (TJ).

​A denúncia foi feita pela promotora Martha de Camargo Duarte Dias. Caberá à juíza Carla de Oliveira Pinto Ferrari, da 20ª Vara Criminal, no Fórum da Barra Funda, bairro da Zona Oeste de São Paul, decidir se aceita a acusação. Se concordar com o MP, Lidiane se tornará ré no processo.

Seu advogado, Victor Martinelli Paladino, entende que ela tem que ser liberada porque sua cliente precisa de tratamento psiquiátrico.

"Vamos aguardar o recebimento ou não da denúncia pelo magistrado. Estudaremos a possibilidade de instauração de incidente de insanidade mental para apurar se nos momentos dos fatos Lidiane tinha ou não ciência ou capacidade dos atos dela", comentou Victor, nesta terça-feira (1º).

Quando falou com a imprensa após três dias, Lidiane pediu desculpas às vítimas e disse sofrer de bipolaridade e depressão.

"Esse problema de depressão é genético, é grave, não é uma depressãozinha, entendeu? É uma depressão para o resto da vida, é bipolaridade. É uma coisa complicada, é complexo", disse Lidiane.

Lidiane também se disse arrependida e que não quis ofender e agredir ninguém.

"Eu gostaria muito, muito mesmo de dar um abraço neles e falar: 'Desculpa, cara. Desculpa, perdão'", declarou.

O agravante para Lidiane é que não é a primeira vez que é acusada por xingar e bater nos outros. Em 2005, ela havia sido acusada de calúnia, injúria e difamação. E, em 2007, respondeu por lesão corporal. Também há outros boletins de ocorrência contra ela por crimes parecidos. Mas os dois processos foram suspensos na Justiça. O motivo seria o fato de a ré ter depressão, o que a impediria também de exercer a advocacia, segundo policiais ouvidos pelo G1.

O caso

A confusão começou depois que clientes filmaram Lidiane humilhando uma atendente da padaria. A mulher ainda atirou objetos nos funcionários e quebrou uma TV, segundo testemunhas.

Na filmagem, a mulher aparece jogando guardanapos na direção de uma funcionária a quem ofende enquanto reclama do lanche. Segundo o MP, a vítima pode fazer uma representação contra Lidiane por crime contra a honra.

Em seguida, a gravação mostra o artista Kelton Campos Fausto, de 24 anos, se aproximando de Lidiane e falando: "Ela não está aqui para te servir, amore. Ela não vai te servir".

As imagens também mostram o artista Ricardo Boni Gattai Siffert, de 24 anos, sendo xingado por Lidiane com ofensas homofóbicas. Agredido por ela, Ricardo não reagiu.

Os vídeos foram analisados pelo 91º Distrito Policial (DP) que registrou o caso. A investigação é feita pelo 23º DP, em Perdizes, São Paulo.

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