Durante muito tempo se considerou que as estatuetas de Vênus eram imagens da deusa-mãe, um símbolo de fertilidade e reprodução.
Cientistas dos Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos comprovaram que as estatuetas provavelmente refletem a visão de povos antigos sobre a figura feminina ideal, de acordo com estudo publicado na revista Obesity.
Pesquisadores do Centro de Ciências Médicas da Universidade do Colorado notaram que as figuras das estatuetas representam de maneira realista demais figuras de mulheres com problemas de obesidade ou mulheres grávidas.
O tamanho destas estatuetas é de 6 a 16 centímetros. São feitas de ossos, presas de mamute, rochas maleáveis, chifres ou barro. Algumas têm orifícios para serem usadas como colares.
"Algumas das obras de arte mais antigas no mundo são estatuetas misteriosas de mulheres com sobrepeso do tempo dos caçadores-coletores da Idade do Gelo na Europa, onde ninguém esperaria ver obesidade", segundo o chefe de pesquisa, professor Richard Johnson, citado no comunicado de imprensa. "Comprovamos que estas estatuetas correlacionam a tempos de estresse nutricional extremo."
Comparando os dados antropométricos das estatuetas, como a proporção entre cintura e o quadril e ombros, os cientistas descobriram que as que foram encontradas mais perto do gelo eram mais obesas em comparação com as que foram encontradas mais ao sul.
A obesidade entre os povos do norte se tornou um estado desejável, segundo cientistas. Para as mulheres mais anafadas era mais fácil carregar o bebê durante a gravidez em tempos de déficit alimentar que para as mulheres magras. As estatuetas eram uma espécie de amuleto para proteção durante a gravidez, parto e amamentação.
Muitas estatuetas são bem desgastadas, o que indica que seriam relíquias familiares. As mulheres, ao entrar na puberdade, poderiam recebê-las de suas mães como votos de vida em abundância e partos bem-sucedidos, sugerem cientistas.