As sondas Voyager foram lançadas em 1977. Em agosto 2017, elas ultrapassaram o limite da heliosfera, saindo do Sistema Solar. Estes foram os primeiros aparelhos a obter a possibilidade de observarem o Sol do espaço interestelar. Hoje em dia, 43 anos após o lançamento, eles continuam trabalhando e fazendo novas descobertas.
Recentemente, os aparelhos de ambas as Voyager registraram explosões no Sol de um tipo ainda desconhecido, isto é, surtos de elétrons dos raios cósmicos acelerados pelas ondas de choque que surgem em consequência das grandes erupções na estrela.
Alguns dias depois de um destes surtos, as sondas Voyager foram atingidos pelas vibrações da onda de plasma provocada pelos elétrons de energia menor, um mês depois chegou a própria onda de choque.
"Determinamos com os equipamentos que estes são elétrons que foram refletidos e acelerados pelos impulsos interstelares que se propagam para fora dos eventos energéticos solares. É um mecanismo ainda desconhecido", revelou o chefe do estudo, o professor emérito da Física e Astronomia Don Gurnett, citado pelo comunicado da Universidade de Iowa.
Os físicos consideram que estes elétrons se deslocam no meio interstelar à velocidade da luz, sendo cerca de 670 vezes mais rápidos do que as ondas de choque que lhes deram o impulso. Refletindo do campo magnético amplificado no limite da onda de choque, os elétrons se enrolam em espiral ao longo das linhas de força do campo magnético interstelar, acelerando-se à medida que aumenta a distância entre eles e a onda de choque.
As ondas de choque se espalharam das ejeções de massa coronal, gás quente e energia, que se afastam do Sol à velocidade de mais de 1,5 milhão de quilômetros por hora.
Mesmo a estas velocidades, as ondas precisam de mais de um ano para atingir a espaçonave Voyager, a qual neste momento se localiza à distância de mais de 22 bilhões de quilômetros do Sol.
"O conceito de que as ondas de choque aceleram as partículas não é novo", notou o professor. "Mas nós detectamos que este mecanismo funciona em um meio interstelar que se diferencia muito do vento solar onde anteriormente se observaram processos semelhantes."
Segundo a opinião dos cientistas, a física de tais processos deve ser tida em conta na hora de enviar astronautas em viagens interplanetárias duradouras, durante as quais eles serão submetidos à influência de raios cósmicos em concentração maior do que os seres humanos experienciam na Terra.