Segundo o site oficial do presidente iraniano Hassan Rouhani, o Irã está se programando para aumentar a produção de petróleo nos próximos três meses.
Teerã vai "preparar recursos e equipamento da indústria para produção e exportação de petróleo, de acordo com a capacidade atual nos próximos três meses", segundo o site.
Rouhani afirmou que após o acordo nuclear de 2015 com os Estados Unidos e outras potencias europeias, o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), o Irã conseguiu aumentar as vendas no exterior em até dois milhões de barris de petróleo por dia.
"Estamos prontos para aumentar a produção de petróleo rapidamente", disse Rouhani.
Joe Biden, cuja posse como novo presidente é programada para 20 de janeiro, sinaliza que há vontade de trazer o Irã de volta ao acordo, já que o mesmo foi rompido quando ele era vice-presidente sob administração de Barack Obama. Os EUA saíram do acordo em 2018.
O holding bancário JPMorgan Chase & Co., disse que o Irã poderia aumentar as exportações de petróleo em até 1,2 milhão de barris por dia no próximo ano se fecharem novo acordo com Washington, segundo a agência Bloomberg.
O forte aumento na produção causará problemas para OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que tenta manter a produção baixa e aumentar os preços por consequência da pandemia do coronavírus. Embora o Irã seja membro do OPEP+, o cartel liberou o país de cortes de produção devido às sanções e aos conflitos econômicos.
Desde que o presidente norte-americano Donald Trump saiu do acordo nuclear e reforçou as sanções, a produção geral de petróleo do Irã caiu quase pela metade e foi para 1,9 milhão de barris por dia.
As exportações de petróleo que atingiram 2,6 milhões de barris por dia em 2017, diminuíram em até 133 mil barris, segundo dados da Bloomberg. Quase todas as remessas do Irã vão para a China.
O Ministério de Petróleo do Irã não se pronunciou oficialmente sobre os números de produção e exportação de petróleo desde 2018.
Em julho de 2015, o Irã, em conjunto aos Estados Unidos e outros países, chegou ao acordo histórico do Plano de Ação Conjunto Global. Porém, em sua forma original, o acordo não durou muito tempo. Em maio de 2018, os EUA anunciaram sua saída unilateral e a restauração de sanções severas contra Teerã.