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Brasil deve vacinar 150 milhões contra a COVID-19 até o fim de 2021, diz Mourão

Número é muito superior ao anunciado pelo Ministério da Saúde, mas vice-presidente não explicou a diferença. E também não mencionou a vacina de qual fabricante vai imunizar a população.
Sputnik

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse na manhã desta segunda-feira (7) que até o fim de 2021 há a expectativa de que cerca de 150 milhões de brasileiros sejam vacinados contra a COVID-19 em todo o país, informou o site G1.

O número é muito maior do que o citado pelo Ministério da Saúde no dia 1º de dezembro - 109,5 milhões -, mas Mourão não explicou a discrepância de quase 30%. E não disse qual vacina será utilizada e nem detalhou o plano de imunização.

"Brevemente nós vamos voltar a estar reunidos, como sempre estivemos, pois vamos dispor da vacina, a vacina que será distribuída em todo território nacional. Esperamos até o final de 2021 termos em torno de 150 milhões de brasileiros vacinados, que é um número extremamente significativo e, consequentemente, termos a capacidade de retomar a normalidade nas nossas vidas", afirmou durante entrevista na Associação Comercial de São Paulo, em comemoração aos 126 anos da entidade.

Na ocasião, o Ministério da Saúde disse que a estimativa é que a vacinação ocorra "em duas doses, como previsto pelos esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pelo Ministério da Saúde – Fiocruz/AstraZeneca e por meio da aliança COVAX Facility".

'Forma eficiente'

Durante a palestra, o vice-presidente defendeu o governo dizendo disse que ele agiu de "forma eficiente" durante a pandemia e evitou um colapso do sistema com o repasse de recursos para estados e municípios com a compra de recursos necessários e a distribuição de profissionais da saúde.

Em novembro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o Ministério da Saúde não dá tratamento diferenciado às vacinas em desenvolvimento pela China e pela Universidade de Oxford.

"A Consultoria Jurídica junto ao Ministério da Saúde assegura que não há tratamento diferenciado entre a vacina CoronaVac e a AstraZeneca", dizia o parecer assinado pelo presidente e elaborado pela Advocacia Geral da União (AGU).

Estratégia preliminar de vacinação

As chamadas "definições preliminares da estratégia" não citam a vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac, que está na fase final de testes e já tem previsão de distribuição no Brasil.

Em 21 de outubro, Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o Brasil não iria comprar "a vacina da China". No dia anterior à postagem, o Ministério da Saúde havia anunciado a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac.

No mesmo dia em que citou o número de 109,5 milhões de pessoas a serem vacinadas, o Ministério divulgou os primeiros pontos da estratégia preliminar para a vacinação da população contra a COVID-19 que será dividida em quatro etapas.

Na primeira, seriam trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.

Na segunda fase, cidadãos de 60 a 74 anos.

Na terceira, pessoas com comorbidades - associação de duas ou mais doenças que aparecem de modo simultâneo - que apresentam maior chance para agravamento da COVID-19, como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares.

Na última fase, professores, forças de segurança e de salvamento, além de funcionários do sistema prisional e da população privada de liberdade.

Apesar da divulgação preliminar, o governo afirma que o plano de imunização só ficará pronto quando houver vacina registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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