Planeta teve o novembro mais quente da história e gelo no Ártico chegou no 2º nível mais baixo

Calor no mês foi quase um grau acima da média entre 1981 e 2010 e até a parte leste da Antártica registrou temperaturas acima da média para essa época do ano.
Sputnik

O mundo acabou de passar pelo seu novembro mais quente, enquanto a Europa teve um outono recorde em calor, de acordo com um relatório do Serviço Copernicus de Mudança Climática da União Europeia, informou a rede de TV a cabo CNN.

As temperaturas foram mais elevadas em uma grande região do norte da Europa, além da Sibéria e do Oceano Ártico, onde o gelo marinho esteve no segundo nível mais baixo já visto em novembro.

Os Estados Unidos, a América do Sul, o planalto do Tibete, o sul da África, a parte leste da Antártida e a maioria da Austrália também viram temperaturas acima da média.

Globalmente, novembro foi quase 0,8 ºC acima da média entre 1981 e 2010 e 0,1 ºC superior ao ano passado. E este calor incomum vem apesar do efeito de resfriamento do fenômeno La Niña, evento climático que ocorre no Oceano Pacífico esfriando sua água e alterando a distribuição de calor e umidade em várias partes do globo. 

Na Austrália, um incêndio florestal está fora de controle há seis semanas no popular ponto turístico da Ilha Fraser, enquanto partes do país sofrem com uma onda de calor que quebra recordes.

"Estes registros são consistentes com a tendência de aquecimento do clima global a longo prazo", disse Carlo Buontempo, diretor do Copernicus.

Ele disse que novembro foi "um mês excepcionalmente quente" em todo o planeta e que as temperaturas no Ártico e no norte da Sibéria permaneceram consistentemente altas enquanto o gelo marinho ficou próximo de sua menor extensão.

"Essa tendência é preocupante e destaca a importância de um monitoramento abrangente do Ártico, uma vez que ele está aquecendo mais rapidamente do que o resto do mundo", acrescentou.

Buontempo comentou que os formuladores de políticas que priorizam os riscos climáticos conservadores "devem ver estes registros como sinais de alarme" e pensar mais seriamente do que nunca na melhor forma de cumprir o Acordo de Paris de 2015, tratado que rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020 a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2 ºC, preferencialmente em 1,5 ºC.

Os Estados Unidos saíram deste acordo no início do mês passado com o presidente Donald Trump afirmando que ele foi "projetado para matar a economia norte-americana", mas o presidente eleito Joe Biden prometeu voltar ao pacto.

Os dados do Copernicus mostram que 2020 pode ser o ano mais quente da história. Ele está no mesmo nível de 2016, ainda o recorde, e é provável que o iguale ou o exceda marginalmente dependendo de dezembro.

O relatório climático anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM) na semana passada informou que 2020 estava em curso para ser um dos três anos mais quentes registrados logo após 2016 e 2019.

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