Essas vias podem levar cometas e asteroides que se encontram perto de Júpiter a percorrerem distâncias até Netuno em menos de dez anos e distâncias de 100 unidades astronômicas (uma unidade astronômica corresponde a 149,6 milhões de quilômetros) em menos de um século.
Natasa Todorovic e sua equipe do Observatório Astronômico de Belgrado e da Universidade do Arizona denominaram esta via recém-descoberta de "rodovia celestial".
Segundo a análise, as rodovias espaciais super-rápidas têm estruturas dinâmicas que formam uma série de arcos conectados dentro do que é conhecido como "variedades espaciais", que se estendem do Cinturão de Asteroides, passam por Urano e continuam além dele.
As variedades espaciais, que podem ser estáveis ou instáveis, são bem conhecidas e usadas não apenas para a navegação espacial, como também para explicar as órbitas dos corpos celestes, mas ninguém conhecia até hoje essas "costuras" alinhavando as diversas variedades, aponta o site Inovação Tecnológica.
Mecanismos de movimentação que atuam ao longo de algumas décadas são espantosas, contrastando com as centenas de milhares ou milhões de anos que geralmente caracterizam a dinâmica do Sistema Solar.
Em termos de órbitas dos cometas e asteroides, basta que o corpo celeste entre em uma destas rodovias super-rápidas para que ele se desloque para o interior ou exterior do sistema em um tempo muito mais curto do que seria previsível pelo cálculo tradicional das órbitas e suas ressonâncias.
As estruturas foram determinadas através da coleta de dados numéricos sobre milhões de órbitas em nosso Sistema Solar e cálculos de como estas órbitas se encaixam dentro de variedades espaciais já conhecidas.
A melhor parte é que, se estas rodovias super-rápidas forem realmente confirmadas e puderem ser calculadas com precisão, elas poderão ser usadas para enviar naves espaciais aos confins de nosso Sistema Solar em prazos muito mais curtos, além de ajudar a monitorar objetos próximos à Terra que tenham risco de colidir com nosso planeta.