Vacina da Pfizer tem aval de painel consultivo de agência sanitária dos Estados Unidos

Administração de Alimentos e Medicamentos, a FDA, deve agora aprovar a vacina em caráter emergencial e profissionais de saúde já poderiam ser imunizados semana que vem.
Sputnik

O painel consultivo da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos deu luz verde para o uso emergencial da vacina da farmacêutica Pfizer, em colaboração com a alemã BioNTech, informou o jornal The New York Times.

A autorização desses especialistas significa que a agência provavelmente aprovará o uso do imunizante, abrindo o caminho para que os profissionais da saúde comecem a receber as vacinas na próxima semana.

É provável que a agência confirme o aval dentro de poucos dias, dando aos trabalhadores da saúde e aos residentes dos lares de idosos a prioridade para começar a receber as primeiras doses no início da próxima semana.

Mas ainda é preciso que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) chancele a decisão da Administração.

O painel consultivo de vacinas da FDA, composto por especialistas científicos independentes, médicos e estatísticos de doenças infecciosas, aprovou por 17 a 4, com a abstenção de um membro, a autorização de emergência para pessoas com 16 anos ou mais. Embora o órgão não tenha que seguir o conselho de seu painel consultivo, ele normalmente o faz.

Com este aval formal, o país pode finalmente começar a retardar a propagação do vírus, das infecções e das mortes que atingiram o recorde de mais de três mil falecimentos na quarta-feira (9).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os Estados Unidos têm quase 15 milhões de infectados e 283 mil mortos.

Próximos passos

A FDA deve conceder uma autorização de uso emergencial no sábado (12), de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento da agência, embora advirtam que exigências legais ou burocráticas de última hora poderiam empurrar o anúncio para o domingo (13) ou depois. A seguir, basta o CDC confirmar a liberação.

A remessa inicial de 6,4 milhões de doses sairá dos armazéns dentro de 24 horas após a autorização federal. Cerca da metade dessas doses será enviada pelo país e a outra metade será reservada para que os destinatários iniciais recebam sua segunda dose cerca de três semanas depois.

A chegada das primeiras vacinas é o início de um plano de distribuição complexo, com duração de um mês, coordenado pelas autoridades sanitárias federais e locais, bem como por grandes hospitais e redes de farmácias, que, se bem sucedido, ajudará a devolver um país em luto e economicamente deprimido, de volta a algum nível de normalidade, talvez até o verão.

"Com a alta eficácia e o bom perfil de segurança mostrados para nossa vacina, e a pandemia essencialmente fora de controle, a introdução dela é uma necessidade urgente", disse Kathrin Jansen, vice-presidente sênior e chefe de pesquisa e desenvolvimento de vacinas da Pfizer.

A votação encerra um ano agitado para a Pfizer e sua parceira alemã BioNTech, que começaram a trabalhar na vacina há 11 meses, quebrando todos os recordes de velocidade para o desenvolvimento de um imunizante, o que normalmente leva anos.

É também um triunfo para a FDA que tem mantido sua reputação como padrão mundial para revisões de medicamentos, apesar de meses da pressão política do presidente Trump.

A vacina da Pfizer já foi aprovada no Reino Unido e Bahrein. O Canadá a aprovou na quarta-feira (9).

24 horas por dia

A autorização americana da vacina da Pfizer deve ser seguida em breve por uma da farmacêutica Moderna, também norte-americana, que usa tecnologia semelhante e também tem mostrado resultados promissores em testes clínicos.

O programa multibilionário do governo Trump para o desenvolvimento rápido da vacina encomendou previamente 100 milhões de doses do imunizante da Pfizer em julho e apoiou o desenvolvimento e a fabricação da vacina da Moderna.

Mais de 100 funcionários da FDA trabalharam quase 24 horas por dia para analisar o pedido apresentado pela Pfizer em 20 de novembro, comprimindo meses de análise em semanas, à medida que chegavam milhares de páginas de dados de ensaios clínicos e fabricação.

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