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Japão é 'parceiro vital' para inserção internacional do Brasil, diz especialista

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o seu colega japonês, Nobuo Kishi, assinaram na última terça-feira (15) um memorando de cooperação e intercâmbio entre os dois países.
Sputnik

O ministro brasileiro, ao destacar as relações de Defesa entre os dois países, afirmou que "a celebração deste memorando vai estreitar ainda mais os nossos laços de amizade e união".  

Já o ministro japonês, Nobuo Kishi, destacou que Brasil e Japão já possuem 125 anos de relações diplomáticas, comemorados este ano.

"O Japão e o Brasil compartilham valores fundamentais, tais como liberdade, democracia, direitos humanos básicos e Estado de direito, sendo que também estão unidos pelos nipodescendentes", disse Kishi.

​O professor de Relações Internacionais da UERJ, Paulo Velasco, em entrevista à Sputnik Brasil, observou que o Brasil vem buscando ampliar a cooperação na área de Defesa com vários países mundo afora, enquanto o Japão, por sua vez, vem fortalecendo sua capacidade militar e sua capacidade de Defesa.

"Então o Brasil, é claro, dentro de uma tradição universalista, busca construir laços e mecanismos de diálogo e cooperação em áreas absolutamente estratégicas, como é a área de Defesa, com os mais variados parceiros", declarou.

De acordo com o especialista, esse memorando assinado pelos ministros da Defesa "confirma o empenho do Brasil, que não é novo, mas é histórico, de continuar tendo no Japão um parceiro absolutamente vital para a nossa inserção internacional".

"São muitos os fatores que confirmam a ideia de uma parceria estratégica, que foi formalizada inclusive em 2014, quando houve uma cúpula entre Brasil e Japão, realizada em Brasília. Tivemos a vinda do então primeiro-ministro Shinzo Abe, ele se encontrou com a Dilma e foi firmada ali uma parceria estratégia e global, que basicamente aponta para um compartilhamento de interesses, de visões do mundo e a vontade inequívoca de continuar aprofundando o relacionamento", afirmou.

Paulo Velasco também comentou se o reforço de uma cooperação com o Japão na área de Defesa estaria de alguma maneira implicada em uma estratégia geopolítica ligada com os recentes atritos que o governo brasileiro teve com a China. Vale lembras que os dois países asiáticos vivem um momento de tensão por conta de disputas pelas ilhas Senkaku, como são conhecidas no Japão, ou Diaoyu (segundo seu nome chinês), localizadas no mar da China Oriental.

"Eu acho que o Brasil certamente não pode se deixar levar por uma visão geopolítica mais tacanha, o que significa dizer que não deveríamos tomar partido em disputas que não nos afetam diretamente", afirmou.

Segundo o professor de Relações Internacionais, as disputas entre o Japão e a China são históricas e não impactam o Brasil.

"O Brasil tem que manter e preservar a sua capacidade de diálogo com os mais variados países de perfis muito distantes, inclusive com países que rivalizam entre si. O Brasil dialoga com Israel e com a Palestina, com a Ucrânia e a Rússia, Coreia do Norte e Coreia do Sul, então o Brasil não teria porque escolher um lado em uma disputa que é histórica", completou.

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