Empresa mais citada na Operação Lava Jato, a Odebrecht anunciou nesta sexta-feira (18) que está mudando de nome e passa a se chamar Novonor. A mudança é uma tentativa de virar a página da história de escândalos de corrupção atrelada à empresa.
A mudança de nome foi anunciada pelo acionista majoritário do grupo, Maurício Odebrecht, durante reunião on-line para todos os funcionários da empresa. Maurício é irmão de Marcelo Odebrecht, que permaneceu preso por dois anos e cinco meses em Curitiba, após ser condenado a mais de 30 anos por corrupção.
"Não estamos apagando o passado. Passado não se apaga. Passado é exatamente o que ele é - passado. Depois de tudo o que promovemos de mudanças e de correção de rumos, estamos agora olhando para o que queremos ser: uma empresa inspirada no futuro. Este é o nosso novo norte", disse Maurício Odebrecht, em comunicado.
Ainda segundo o comunicado, a Novonor nasce como uma holding de um grupo empresarial com 25 mil empregados e seis empresas. O grupo atua nas áreas de engenharia e construção, mobilidade urbana e rodovias, petróleo e gás, mercado imobiliário, petroquímica e indústria naval.
Há seis anos, quando a Lava Jato foi deflagrada, a Odebrecht contava com 180 mil funcionários.
A Odebrecht na Lava Jato
A Operação Lava Jato revelou uma vasta rede de subornos pagos por grandes construtoras – incluindo a Odebrecht – a políticos, em troca do favorecimento de contratos com a Petrobrás.
A Odebrecht tornou-se, então, a empresa mais citada na Lava Jato. Durante as investigações foram interrogados 78 executivos da empresa, entre os quais os ex-presidentes Marcelo e Emílio Odebrecht, condenados a vários anos de prisão por crimes de corrupção.
A investigação envolvendo escândalos da empresa chegou, inclusive, ao ex-presidente Lula.
Em outubro de 2019, a Caixa Econômica Federal entrou com pedido de falência do grupo Odebrecht.