Roy Charles Waller, que estuprou mulheres por pelo menos 15 anos, vai passar o resto da sua vida atrás das grades, informou a rede de TV a cabo CNN.
Conhecido como o "Violador NorCal", referência ao norte da Califórnia, Waller foi condenado a 897 anos de prisão na sexta-feira (18) por crimes de sequestro, violação forçada, cópula oral, sodomia e penetração externa, disse a Procuradoria do Condado de Sacramento.
No mês passado, um júri da cidade condenou Waller por 46 acusações em uma série de agressões sexuais entre 1991 e 2006 contra nove mulheres. Todas testemunharam na busca de décadas por justiça.
Waller, agora com 60 anos, agrediu mulheres em seis condados do norte da Califórnia. Em muitos casos, invadia casas, prendia as suas vítimas e violava-as repetidamente, segundo informou a detetive de Sacramento, Avis Beery.
Ataques à noite
O violador costumava atacar à noite e por vezes raptava as mulheres e as levava a caixas eletrônicos onde as roubava ou roubava itens das suas casas, disse Beery.
Desde 2006, a polícia dispõe de provas de DNA que ligam seis dos casos ao mesmo suspeito. No entanto, não conseguiam determinar se o agressor era Waller, porque o seu DNA não se encontrava na base de dados de criminosos do estado.
A descoberta veio finalmente em setembro de 2018, quando as provas biológicas deixadas na cena do crime de uma das mulheres que tinha sido agredida sexualmente foram utilizadas para desenvolver um perfil de DNA especializado, de acordo com o gabinete do procurador distrital.
Utilizando uma genealogia genética de tecnologia de ponta, os investigadores localizaram uma lista dos potenciais parentes do acusado e conseguiram restringir-se a Waller como suspeito.
Nenhum DNA ou outro material genético destes potenciais parentes foi partilhado com as autoridades policiais, segundo o procurador distrital, mas os investigadores construíram árvores genealógicas familiares, o que os levou a concentrarem-se em Waller.
Enfim preso
Em poucos dias, Waller foi preso no seu local de trabalho em Berkeley, na Califórnia, de acordo com os procuradores.
"Meu esforço foi em vão", disse Joe Farina, advogado de defesa de Waller, no mês passado, na sequência da condenação. "Era um caso de DNA. Não conseguimos refutar o fato de que seu DNA estava em quase todas as cenas de crime".
Farina disse aos repórteres fora do tribunal na sexta-feira (18) que Waller afirma ser inocente e que vai recorrer da sentença.
Além das nove mulheres que testemunharam, oficiais aposentados, detetives e examinadores forenses de agressão sexual viajaram de vários estados até Sacramento para testemunhar.
Algumas das vítimas que depuseram estavam aposentadas e já com cerca de 80 anos, segundo o procurador distrital.
"As vítimas esperaram décadas por justiça e foi apenas através de técnicas genéticas que a identificação e detenção de Waller foram possíveis", disse o gabinete do procurador distrital. "A Procuradoria Distrital de Sacramento gostaria de agradecer aos detetives das agências de cada jurisdição nestes casos, pois nunca desistiram de perseguir o infrator".