Os investigadores do Senado concluíram que a Boeing "instruíu incorretamente" os pilotos do governo para um teste de simulador que fazia parte dos esforços da Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) para assegurar que as aeronaves 737 MAX da Boeing pudessem retomar os voos.
A conclusão está presente no relatório emitido pelo Comitê de Comércio do Senado sobre uma investigação iniciada na sequência dos acidentes, no entanto acabou por ser alargada para revelar os inúmeros problemas de segurança em toda a FAA, escreve The Washington Post.
O teste de simulador de julho de 2019 foi preparado para determinar se os pilotos conseguiam reagir atempadamente ao software defeituoso relacionado com os acidentes que mataram 346 pessoas.
Um denunciante alegou que os funcionários da Boeing ajudavam os pilotos de teste a estarem prontos para usarem os controles corretos para reagir, dizendo-lhes: "Lembrem-se, usem logo aquele interruptor de inclinação."
Mesmo com este tipo de ajuda, um dos pilotos demorou quatro vezes mais tempo para reagir do que é admitido pela Boeing e FAA.
"O Comitê concluiu que os funcionários da FAA e da Boeing envolvidos na condução deste teste tinham estabelecido um resultado predeterminado" para reafirmar suas suposições relativamente às reações dos pilotos, apontaram os investigadores.
Voos do 737 MAX foram suspensos nos EUA e em muitos outros países após dois acidentes envolvendo duas aeronaves da classe.
No início do mês a companhia aérea Gol foi a primeira a voltar a operar comercialmente os aviões Boeing 737 MAX desde que o modelo foi proibido de voar.