No entanto, o mais interessante é que alguns foram vistos não em áreas remotas e de difícil acesso, mas sim perto de habitações humanas. Que animais foram novamente achados pelos cientistas?
Uma surpresa no hotel
Um espécime vivo de um camaleão endêmico do Madagascar, Furcifer voeltzkowi, tinha sido visto pelos cientistas pela última vez em 1913. Nesse ano, o herpetólogo alemão Oskar Boettger fez algumas fotografias do animal raro, completando a descrição feita por ele em 1893.
Depois disso, todas as tentativas dos zoólogos de encontrar o camaleão não tiveram sucesso. No final do século passado, o camaleão foi considerado extinto.
Alguns especialistas consideravam mesmo que esta espécie nem sequer existia e que tinha sido confundida com um camaleão Furcifer labordi.
Para resolver esta questão, cientistas da Coleção Zoológica estatal de Munique – um instituto de pesquisa da Baviera para a classificação zoológica, organizaram uma expedição científica a Madagascar.
Após uma semana de buscas em lugares remotos e inacessíveis, os pesquisadores reconheceram não ter tido sucesso. Porém, curiosamente, o camaleão foi encontrado, não no meio da floresta, mas em um grande jardim perto do hotel onde os membros da expedição estavam hospedados.
Pequeno mamífero misterioso
Neste ano foi redescoberto um musaranho-elefante (Elephantulus revoilii) – um pequeno mamífero com uma tromba semelhante à de um elefante. Se verificou que, afinal, o pequeno animal ainda continua existindo no nordeste de África.
Por quase meio século ele tinha sido considerado extinto, e fazia parte de uma lista das 35 espécies mais procuradas, embora consideradas desaparecidas pela organização ambiental Global Wildlife Conservation.
Tudo o que se sabia sobre o Elephantulus revoilii tinha resultado de um estudo de 39 exemplares descobertos na Somália desde o final do século XIX. Em 1973 foi a última vez que um musaranho-elefante foi estudado por zoólogos. Desde então, ninguém tinha tido a sorte de achar este animal.
Em 2019, um grupo de cientistas liderado pelo zoólogo americano Steven Heritage iniciou uma expedição a fim de encontrar o mamífero misterioso.
Eles colocaram mais de mil armadilhas em lugares diferentes no Djibuti e ficaram aguardando. No fim das contas a equipe conseguiu fotografar e filmar vários espécimes do animal.
Sapos perdidos no deserto
Zoólogos chilenos também tiveram sorte este ano. Na primavera, um grupo de pesquisadores da Universidade Católica de Temuco foram ao deserto de Atacama na esperança de encontrar um pequeno sapo de água (Telmatobius halli).
Ninguém tinha tido a sorte de avistar este anfíbio desde 1935 quando o pesquisador americano Frank Gregory Hall capturou seis fêmeas e descreveu a espécie.
Desta vez, os herpetólogos descobriram vários espécimes adultos e girinos do Telmatobius halli em fontes termais no deserto de Atacama, a mais de 3.000 metros acima do nível do mar.
Segundo explicam os cientistas, estes animais só conseguem viver em um determinado ambiente aquático e, se as fontes termais desaparecerem, os sapos vão se extinguir.
'Cão cantor' redescoberto na Nova Guiné
Até 2020, o cão-cantor-da-nova-guiné era considerado uma espécie extinta. Estes animais são parecidos com os dingo da Austrália mas menores em tamanho.
Eles emitem sons incomuns – uma mistura de uivo de lobo e canto de baleia, ou seja, quando esses cães ladram, eles parecem cantar. Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu encontrar uma população destes cães no oeste da Nova Guiné.