Dinamarca planeja desenterrar milhares de visons mortos para prevenir poluição

O país alcançou maioria política e decidiu desenterrar e exterminar aproximadamente quatro milhões de visons mortos enterrados nas cidades de Karup e Holstebro.
Sputnik

A mutação do coronavírus encontrada em fazenda de visons impulsionou a Dinamarca para a exterminação total dos animais, no intuito de prevenir a propagação de novas infecções.

A medida será realizada em seis meses, informou o Ministério da Alimentação, Agricultura e Pescaria do país. Segundo planejamento, a escavação dos visons começará no fim de maio do ano que vem, e os mesmos serão totalmente eliminados até meados de julho, revelou o Ministério em comunicado, citado pelo jornal Ekstra Bladet.

O ministro da Alimentação, Rasmus Prehn, disse estar feliz com o acordo, mas que gostaria de realizar a medida com mais rapidez.

"Gostaríamos de deixar uma mensagem clara aos cidadãos que são vizinhos desta infeliz situação. Os visons estão surgindo, mas há um plano para esse fato. Estamos nos baseando no modelo em que temos mais confiança", contou Prehn ao jornal Ekstra Bladet.

Prehn compreende que os moradores queiram ver os visons desenterrados e destruídos de forma mais breve possível.

"Estou tão frustrado quanto esses cidadãos. Se fosse por mim, eu já estaria de pé com botas de borracha lá fora, assegurando que os visons sejam desenterrados", disse o ministro, ressaltando os riscos de infecção.

O acordo sobre a escavação dos visons exterminados tem origem, entre outras razões, nas preocupações em torno das carcaças enterradas que podem ser prejudiciais às águas subterrâneas.

Dinamarca planeja desenterrar milhares de visons mortos para prevenir poluição

O Venstre, Partido Liberal da Dinamarca, se posicionou contra o acordo, argumentando que os animais deveriam ser desenterrados imediatamente e armazenados em tanques de lama.

O membro do partido e do Comitê de Meio Ambiente e Alimentos, Thomas Danielsen, apontou que a variante preferida é "mais cara e mais arriscada". Segundo ele, o risco de infecção pelo SARS-CoV-2 não é um argumento válido para aguardar alguns meses.

"Quando se jogou os animais em um campo aberto e os fizeram flutuar em aterros sanitários, não houve risco nenhum. Agora de repete se entende que [o risco] existe", disse Thomas Danielsen.

Após a descoberta da mutação do vírus em visons, que poderia pôr em perigo os esforços para conter a propagação da doença e prejudicar a eficácia das vacinas, a Dinamarca decidiu exterminar todos os visons das fazendas. O resultado foi uma forte erradicação de toda uma indústria do país, o qual costumava ser um dos líderes mundiais na produção de peles de visons.

Durante o grande abate, a Dinamarca matou mais de 15 milhões de visons ao longo de várias semanas.

Comentar