"Tivemos duas pessoas loucas em nossa história que impuseram a guerra contra o povo iraniano: um foi Saddam, que começou uma guerra militar, e o outro foi Trump, que forçou contra nós uma guerra econômica", declarou o presidente iraniano, Hassan Rouhani, na quarta-feira (23) durante reunião de gabinete.
"O dia que Saddam foi enforcado foi o dia da vitória do povo do Irã. Com a resistência do povo iraniano contra as sanções, o destino de Trump não será melhor do que o de Saddam", anunciou o chefe da República Islâmica, segundo comunicado publicado no site da presidência iraniana.
Os comentários polêmicos de Rouhani ameaçam aumentar as tensões entre Teerã e Washington em um momento que várias mídias norte-americanas, entre estas NBC News, sugerem a possibilidade de o presidente Trump lançar um ataque contra Irã em seus últimos dias no poder, deixando consequências para seu sucessor, o democrata Joe Biden.
A preocupação das mídias surge à medida que se aproxima a data da morte do general iraniano Qassem Soleimani, ocorrida em 2 de janeiro. Duas semanas antes do dia da tomada da posse de Biden, fará um ano desde que o comandante da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica foi vitimado pelo ataque aéreo norte-americano lançado no Iraque.
A morte de Soleimani marcou ponto alto de agravamento das relações entre o Irã e os EUA, que começou após a saída de Washington do acordo nuclear em 2018 e a imposição de sanções econômicas contra o país persa.