Em ultimato, Rússia ordena que Navalny retorne ao país

A Rússia acusou o opositor russo Aleksei Navalny nesta segunda-feira (28) de violar os termos de uma condenação, feita em território russo, em 2014. Navalny também é acusado de fugir da supervisão de uma autoridade de inspeção criminal da Rússia.
Sputnik

A Rússia deu ao opositor político Aleksei Navalny um ultimato de última hora nesta segunda-feira (28): volte de uma vez da Alemanha e se reporte a um escritório de Moscou na manhã de terça-feira (29), ou será preso se retornar após este prazo. As informações foram confirmadas pela Sputnik.

Aleksei Navalny, líder da Fundação Anticorrupção (FBK, sigla em russo), que está sob investigação criminal por lavagem de dinheiro, foi hospitalizado em agosto deste ano após ter passado mal em um voo de Tomsk para Moscou.

Citando um artigo do periódico médico britânico The Lancet sobre o seu tratamento, a Rússia sustenta que Navalny teve alta de um hospital de Berlim em 20 de setembro, e que todos os sintomas de sua "doença" já haviam desaparecido em 12 de outubro.

Deste modo, o condenado não está cumprindo todas as obrigações impostas a ele pelo tribunal, e está se furtando de comparecer à supervisão da Inspetoria Criminal.

​O caso Navalny

Em 22 de agosto, Navalny foi transferido para o hospital alemão Charité, em Berlim. Dois dias depois, na segunda-feira (24), a equipe médica informou que os dados dos exames clínicos apontavam para um envenenamento por uma substância do grupo dos inibidores da colinesterase, enzima vital para o funcionamento normal do sistema nervoso.

Embora a mídia ocidental tenha ecoado acusações de envenenamento por Navalny ser opositor do Kremlin, nem todo o mundo está convencido dessa teoria. A Rússia nega qualquer envolvimento no incidente. 

Em ultimato, Rússia ordena que Navalny retorne ao país
Embora médicos da Alemanha tenham levado em consideração a hipótese de envenenamento, exames feitos com o sangue e urina de Navalny não apontaram vestígios de veneno. Especialistas russos refutaram tal hipótese afirmando que, caso Navalny fosse vítima de Novichok, ele não teria sobrevivido.

Vale lembrar que em outubro deste ano, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia possui informação de que agentes de serviços de inteligência estrangeiros estão trabalhando com o opositor russo Aleksei Navalny.

"Não é o paciente [Navalny] que trabalha com serviços de inteligência ocidentais, mas [sim] os serviços de inteligência ocidentais que trabalham com ele […]. De fato, existe tal informação [da cooperação de Navalny com serviços secretos], posso dizer mais precisamente – com ele estão trabalhando especialistas da Agência Central de Inteligência [CIA, em inglês] dos EUA nestes dias", disse Peskov.
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