"Infelizmente é improvável que as relações degradadas com os EUA sejam restauradas ou mesmo estabilizadas em breve", afirmou chanceler russo em entrevista à Sputnik.
O chefe da diplomacia russa salientou que "a histeria antirrussa que engoliu a América não deixa muitas chances de que em breve vejamos um retorno à normalidade". "Nosso diálogo se tornou refém de rivalidades políticas internas americanas, o que, obviamente, não facilita a elaboração de uma cooperação construtiva", acrescentou ministro.
Além disso, Lavrov disse que Moscou espera que a nova administração dos EUA liderada por Joe Biden opte pelo diálogo com a Rússia.
"Esperamos que a nova equipe da Casa Branca faça uma escolha que corresponda ao interesse do povo americano e demonstre uma vontade recíproca de estabelecer o diálogo com Moscou", comentou, acrescentando que "só nesse caso será possível com o tempo fazer voltar as relações russo-americanas a um caminho de desenvolvimento estável".
A renovação do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START) pelo período máximo possível é do interesse da Rússia, dos EUA e de toda a comunidade internacional, e ainda há chances de prorrogação do documento, que expira em fevereiro de 2021, se a equipe de Joe Biden, tal como tinha afirmado, não o tornar refém de suas ambições.
"Gostaríamos de poder esperar que a nova administração dos EUA, tal como nós [Rússia], assuma o fato óbvio de que a extensão do tratado Novo START, sem quaisquer condições adicionais e, de preferência, pelo período máximo estipulado de cinco anos, serviria os interesses de segurança de ambos nossos países e de toda a comunidade internacional", declarou Lavrov.
Durante a entrevista, chanceler russo disse que Moscou está pronta para futuras negociações com os EUA sobre o controle de armas, mas ainda é demasiado cedo para falar sobre parâmetros específicos, contudo, as propostas russas para obtenção de estabilidade estratégica transmitidas aos EUA continuam sendo relevantes.
Lavrov sublinhou que a Rússia "está, naturalmente, aberta em fazer sua parte do percurso a fim de alcançar acordos mutuamente aceitáveis, negociados em uma base de estrita igualdade".
Relativamente ao Tratado de Céus Abertos, chefe da diplomacia russa disse que Moscou não exige que o acordo seja novamente assinado, mas quer garantias jurídicas de que ele seja cumprido.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou anteriormente que Moscou buscaria obter garantias firmes de que os restantes países assinantes cumpririam suas obrigações, no âmbito do acordo, após a saída oficial dos EUA em 22 de novembro.