O acordo de paz entre Colômbia e as FARC foi assinado no final de 2016, colocando "fim" à atuação do grupo rebelde após cinco décadas de um conflito que deixou mais de 260.000 mortos, além de milhões de deslocados. No acordo, as FARC tornaram-se um partido político legal, com deputados eleitos para o parlamento colombiano.
Pelo tratado, as FARC concordaram em entregar cerca de R$ 1,5 bilhão em ativos tomados durante o conflito até o final de 2020. Os ex-rebeldes entregaram aproximadamente R$ 66,9 milhões, número que foi confirmado pelas FARC, escreve a Reuters.
As FARC atribuíram o déficit ao fracasso do governo em ajudar a implementar o acordo e às ameaças aos ex-guerrilheiros. O grupo também citou grupos armados ilegais ocupando territórios que anteriormente controlava, entre outros motivos. A senadora Sandra Ramirez, integrante do conselho político da Força Alternativa Revolucionária Comum, como as FARC é conhecida como partido político, afirmou:
Como partido FARC, temos cumprido a entrega de mercadorias, porém presenciamos artifícios do governo para nos fazer ver como culpados por não reparar as vítimas.
"Não há dúvidas de nossa disposição, não renunciaremos aos nossos compromissos", disse o pastor Alape, membro do partido político das FARC. Além de dinheiro e ouro, as FARC disseram que entregaram infraestrutura, incluindo estradas e postos de saúde que construíram nas áreas em que operam, bem como gado e armas.