Aquarela pessoal: buraco negro no meio da Via Láctea pode mudar a cor de estrelas gigantes

Através do lançamento de jatos de gás, o buraco negro supermassivo central da nossa galáxia, Sagitário A*, muda a cor de estrelas que se encontram ao seu redor.
Sputnik

Há tempos os cientistas tem conhecimento sobre as inúmeras corajosas estrelas que habitam em torno de Sagitário A* a uma distância de 1,6 anos-luz, mas o que não se sabia até agora é que morar perto desse grande massivo não só é viver em constante adrenalina, o buraco negro também pode alterar as características originais de suas vizinhas.

Segundo artigo publicado no Astrophysical Journal, ao estudarem essa mudança de cor, os cientistas chegaram à conclusão de que buraco negro lançou um poderoso jato de gás sobre as estrelas e arrancou a camada externa das gigantes vermelhas, assim, fez com que suas partes vermelhas fossem removidas à medida que a estrela ficava mais quente e mais azul como resultado do seu contato com o jato.

"O jato atua preferencialmente em grandes gigantes vermelhas, elas podem ser arrebatadas com eficácia pelo jato", disse Michal Zajacek, astrofísico da Academia Polonesa de Ciências de Varsóvia e autor do artigo.

Pelo seu tamanho, essas estrelas são mais vulneráveis a jatos do que outras. Elas se formam quando o centro de estrelas menores fica congestionado de hélio, impedido o mesmo de queimar seu combustível de hidrogênio, e ao invés disso, queima o hidrogênio em uma camada ao redor do centro. Isso faz com que a camada externa da estrela se expanda, estabelecendo uma superfície mais fria, tornando a estrela vermelha. O tamanho resultante insere as gigantes vermelhas na mira preferencial dos jatos.

Aquarela pessoal: buraco negro no meio da Via Láctea pode mudar a cor de estrelas gigantes

Atualmente, não existem jatos poderosos de gás vindo de Sagitário A*, mas acima e abaixo do centro da Via Láctea ficam duas grandes bolhas de gás que emite raios gama, o que é a possível evidência do poderoso jato que causou a perda da cor vermelha pelas estrelas há quatro milhões de anos.

Há também uma outra teoria para perda da cor das estrelas que gira em torno de um grande disco de gás que circulou no buraco negro há milhões de anos. Enquanto as gigantes vermelhas orbitavam ao seu redor, elas provavelmente se encontraram passando pelo referido disco e o gás do disco pode ter rasgado suas camadas externas vermelhas no processo.

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