Durante o Réveillon no Brasil, o mundo assistiu aos flagrantes, divulgados pelas redes sociais, de desrespeito às regras sanitárias para conter o avanço do novo coronavírus. Em Santa Catarina, vídeos e fotos viralizaram na Internet com imagens de aglomeração em casas noturnas e praias.
As cenas rodaram o mundo, chegando inclusive ao comissário da União Europeia, o italiano Paolo Gentiloni, que, no último dia 2, classificou as celebrações como "imagens vergonhosas". As fotos de praias cheias e festas lotadas no Brasil contrastaram com imagens de um Ano Novo de ruas vazias na maior parte da Europa.
Inevitavelmente, a conta para a euforia brasileira chegou: o estado de Santa Catarina se tornou o terceiro do país com maior número de casos confirmados da COVID-19. Segundo o boletim divulgado pelo portal G1 na noite de domingo (3), 5.314 pessoas morreram e 497.345 tiveram o diagnóstico confirmados da doença no estado. A taxa de letalidade é de 1,07%.
Neste sentido, é importante frisar que o período de incubação do SARS-CoV-2 é de dois a 14 dias, ou seja, esse é o tempo que os sintomas levam para aparecer a partir do momento do contágio. Portanto, é grande a possibilidade dos números divulgados ontem (3) aumentarem nos próximos dias.
Diante da gravidade da situação, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou hoje (4) que solicitará informações aos órgãos de fiscalização do estado e dos municípios sobre o trabalho realizado no período do Natal e Ano Novo. A partir desse levantamento, o órgão afirmou que verificará se a fiscalização ocorreu de fato.
O MPSC disse que a decisão do estado de liberar as atividades de eventos e baladas e apostar nos regramentos lança ainda maior responsabilidade sobre os órgão de fiscalização. Vale lembrar que o governo de Santa Catarina autorizou as flexibilizações feitas pelo estado em relação a casas noturnas e eventos sociais durante a pandemia.
O executivo alega que objetivo é reduzir clandestinidade e facilitar as fiscalizações. Desde então, o MPSC tenta reverter a decisão, mas os pedidos foram negados pela Justiça. O último indeferimento ocorreu na noite de domingo (3). Das 16 regiões do estado, 12 estão proibidas de receber eventos, segundo a última atualização da matriz de risco. Outras quarto estão sinalizadas como situação grave para a COVID-19.