Segundo Adhanom, uma equipe de dez profissionais deveria partir no início de janeiro para a China como parte de uma missão para investigar os primeiros casos de COVID-19, relatados inicialmente há mais de um ano, em Wuhan.
"Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipe à China", disse o diretor-geral da OMS, em entrevista coletiva on-line transmitida de Genebra, na Suíça.
Dois membros desta missão da OMS já partiram para a China. De acordo com a Reuters, Peter Ben Embarek, o maior especialista da OMS em doenças infecciosas com origem em animais, é quem deve liderar a equipe de profissionais. Embarek foi à China em uma missão preliminar em julho de 2020.
"Estou muito desapontado com as notícias. [...] Estive em contato com altos funcionários chineses e mais uma vez deixei claro que a missão é uma prioridade para a OMS. Confiamos e esperamos que seja apenas uma questão logística e burocrática que pode ser resolvida muito rapidamente", disse Adhanom.
Pequim vem tentando rebater as afirmações de que o novo coronavírus surgiu na China. O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, declarou recentemente que "mais e mais estudos" mostram que a COVID-19 surgiu em surtos separados ao redor do mundo.
Shi Zhengli, vice-diretora do Instituto de Virologia de Wuhan (IVW), afirmou que o laboratório em Wuhan não tem "nada a esconder" e convidou a OMS a inspecionar as instalações do local.
Outros países, no entanto, pressionam a China. Nesta segunda-feira (4), os Estados Unidos disseram ter um "conjunto crescente de evidências" que mostram que a COVID-19 teve origem no laboratório de Wuhan.
Em maio, quando a COVID-19 já tinha infectado a maior parte dos países do mundo, serviços de inteligência de potências ocidentais, como EUA, Canadá e Reino Unido, criaram um dossiê acusando a China de conhecer o vírus antes de reconhecer sua existência para o mundo.