Por outro lado, o chanceler afirmou, em série de publicações no Twitter feita nesta quinta-feira (7), que poderia haver elementos "infiltrados" na invasão. Ele defendeu uma investigação sobre o assunto e sobre a morte de quatro pessoas nos eventos do Capitólio.
Araújo disse que "nada justifica uma invasão" como a ocorrida na capital dos EUA, mas, ao mesmo tempo, afirmou que "nada justifica, numa democracia, o desrespeito ao povo por parte das instituições ou daqueles que as controlam".
"Grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral", opinou Araújo.
O ministro disse ainda que não se podem chamar de "fascistas" os "cidadãos de bem" que se manifestam contra o "sistema político". Segundo o chanceler, "duvidar da idoneidade" do processo eleitoral não é a mesma coisa que rejeitar a democracia.
Ao final, Ernesto Araújo disse que "o direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado".
"Que os fatos de ontem em Washington não sirvam de pretexto, nos EUA ou em qualquer país, para colocar qualquer instituição acima do escrutínio popular", afirmou o chanceler.
'Bolsonaro: 'Muita denúncia de fraude'
Na quarta-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro disse que houve muita denúncia de fraude nas eleições norte-americanas, que marcaram a derrota de Donald Trump, a quem o chefe de Estado considera um amigo e aliado.
"Eu acompanhei tudo hoje [6]. Você sabe que sou ligado ao Trump. Então, você sabe qual a minha resposta aqui. Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso um tempo atrás e a imprensa falou: 'Sem provas, presidente Bolsonaro falou que foi fraudada as eleições americanas'", disse Bolsonaro para apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão tinha afirmado que a invasão do Congresso dos EUA por apoiadores de Trump, que alegam fraudes nas eleições vendidas por Biden, era uma "questão interna".
Na quinta-feira (7), Bolsonaro retornou ao tema, afirmando que, "se tivermos o voto eletrônico em 2022", vai ocorrer a mesma "coisa" que aconteceu nos EUA. O presidente disse ainda que as eleições norte-americanas foram uma "festa", com pessoas votando mais de uma vez e até "mortos" participando do processo.