Em um discurso em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (7), o presidente norte-americano condenou as ações violentas que ocorreram no Capitólio dos EUA no dia anterior e reconheceu que uma "nova administração seria inaugurada" no dia 20 de janeiro.
"Como todos os norte-americanos, estou indignado com a violência, a ilegalidade e o caos", disse Trump no vídeo. "Os manifestantes que se infiltraram no Capitólio profanaram a sede da democracia norte-americana", acrescentou.
O presidente dos EUA também afirmou que os manifestantes que infringiram a lei durante o incidente pagarão o preço legal por isso.
"Agora, o Congresso certificou os resultados [das eleições presidenciais]. Um novo governo será inaugurado em 20 de janeiro. Meu foco agora se volta para garantir uma transição de poder suave, ordeira e contínua", disse Trump. "Este momento exige cura e reconciliação", afirmou.
Relembrando as várias contestações legais apresentadas em diversos estados dos EUA em uma tentativa de contestar os resultados da eleição, Trump observou que seu "único objetivo era garantir a integridade do voto". O presidente norte-americano enfatizou que sua intenção era "defender a democracia norte-americana".
"Devemos revitalizar os laços sagrados de amor e lealdade que nos unem como uma família nacional", disse ele, antes de acrescentar a quem classificou como "maravilhosos apoiadores" que sua "incrível jornada está apenas começando".
Em discurso inflamado em frente à Casa Branca, na quarta-feira (6), Trump encorajou seus apoiadores a irem ao Capitólio, onde senadores se reuniam para certificar os resultados do Colégio Eleitoral, que deram a vitória ao presidente eleito dos EUA, Joe Biden. O presidente Trump chegou a ter seu acesso ao Twitter bloqueado devido às postagens em que reiterou o discurso de fraude eleitoral. O mesmo ocorreu no Facebook e no Instagram, onde suas contas estão bloqueadas.
Os comentários do presidente nesta quinta-feira (7) foram feitos menos de duas horas depois que a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, realizou uma coletiva de imprensa na qual expressou a primeira condenação oficial da Casa Branca aos distúrbios violentos. Ambos os comentários, da secretária de imprensa e de Trump, vêm à tona em meio a um crescente movimento de legisladores do Congresso norte-americano em apoio à remoção de Trump do cargo por meio da 25ª Emenda ou de um impeachment.
Mais cedo, o procurador-geral do Distrito de Columbia, Michael Sherwin, também afirmou que o Departamento de Justiça está "olhando para todos os atores" envolvidos nos distúrbios no Capitólio, incluindo o próprio Trump.