Durante uma entrevista coletiva após seu pronunciamento em um evento na cidade de Wilmington, no estado de Delaware, Biden afirmou que um dos principais motivos pelos quais concorreu à presidência foi porque "pensou por muito, muito tempo que o presidente Trump não era capacitado para o cargo".
"Venho dizendo há mais de um ano que ele não está apto para servir", assinalou Biden, que acrescentou que Trump é "um dos presidentes mais incompetentes da história dos Estados Unidos da América."
O presidente eleito, no entanto, se recusou a apoiar os esforços para destituir Trump do cargo e insistiu que o impeachment é uma decisão que cabe ao Congresso. Biden disse que seu foco está no início de seu próprio governo em 20 de janeiro e que suas três principais prioridades são combater a COVID-19, distribuir vacinas de maneira justa e equitativa e recuperar uma economia em dificuldades.
Apesar de se recusar a comentar sobre a eventual destituição do presidente em fim de mandato, Biden admitiu que Trump "excedeu" suas piores expectativas sobre ele. "Ele tem sido um constrangimento", disse o presidente eleito, que comparou o prejuízo causado pelas ações do presidente à reputação dos Estados Unidos no mundo ao de "ditaduras mequetrefes".
"Se estivéssemos a seis meses [do fim do mandato], deveríamos fazer de tudo para removê-lo do cargo. Um novo pedido de impeachment, uma tentativa de evocar a 25ª Emenda, qualquer coisa [...] No entanto, estou focado agora em assumir o controle no dia 20 e em colocar nossa agenda em andamento o mais rápido possível", frisou Biden.
Nesta sexta-feira (8), circulou pelo Congresso dos EUA o esboço de um pedido de impeachment de Donald Trump elaborado por três congressistas democratas, David Cicilline, Ted Lieu e Jamie Raskin. No documento, os legisladores acusam o presidente de responsabilidade por incitar seus simpatizantes a invadir o Capitólio na última quarta-feira (6), o que resultou em uma grande confusão que terminou com o saldo de cinco mortes e diversos feridos.
Segundo a agência Reuters, os representantes democratas pretendem apresentar o pedido na próxima segunda-feira (11).
A Casa Branca, por sua vez, afirmou através de seu porta-voz Judd Deere que o impeachment de Trump faltando 12 dias para o término de seu mandato serviria apenas para "dividir ainda mais o país", informou a agência Reuters.