A empresa do Vale do Silício justificou a suspensão da conta de Trump, que tinha mais de 88 milhões de seguidores, em razão do risco de novos episódios de violência, como o ataque ao Capitólio dos EUA na última quarta-feira (6).
Na manhã de hoje (11), as ações da empresa listadas nos EUA caíram 6,8% em negociações antes da abertura do mercado, escreve a Reuters.
A medida tomada pelo Twitter é um divisor de águas para as plataformas de tecnologia. A mudança de postura da rede social, poucos dias antes de Trump deixar o cargo, foi seguida também pelo Facebook. O fundador e CEO Mark Zuckerberg disse que as postagens mais recentes de Trump mostraram que ele pretendia "usar seu tempo restante no cargo para minar um ambiente pacífico e uma transição legal de poder".
Esta foi a primeira vez que o Twitter suspendeu a conta de um chefe de Estado. A empresa explicou que a decisão deve ter um impacto negativo moderado. Para analistas da Berstein, citados pela matéria, é esperado "um ligeiro declínio do número de usuários, embora a erosão do engajamento seja uma questão maior".
"A moderação adicional pode ser bem-vinda, mas não é barata e pode beneficiar o Facebook, que já emprega um exército de moderadores (cerca de seis vezes) maior do que a força de trabalho do Twitter", concluíram os analistas da Berstein.
Vale lembrar que, após a proibição da conta oficial de Donald Trump, o presidente norte-americano publicou, na sexta-feira (8), uma postagem na conta POTUS, que pertence ao gabinete presidencial e tem cerca de 33 milhões de seguidores.
"Como venho dizendo há muito tempo, o Twitter foi cada vez mais longe ao proibir a liberdade de expressão e, esta noite [8], os funcionários do Twitter coordenaram com os democratas e a esquerda radical para remover minha conta de sua plataforma, para me silenciar", dizia a postagem, que já foi removida.